27 de novembro de 2010

Tantos Caminhos: a festa continua - parte XIII

Hoje, divido com vocês o texto de uma amiga mais recente e cujos textos eu adoro. É a Vaneza, do Balzaquiana com ´ Z´.

Preconceito? Esse eu assumo!


Eu tenho os meus preconceitos... na maioria das vezes me envergonho deles. E não fico só nisso... além de me envergonhar, eu procuro exterminá-los da minha vida. Mas é difícil... muito difícil. Na boa? Algumas vezes chego a pensar que é impossível.

Como eu me envergonho dos meus preconceitos, obviamente, não é para todo mundo que eu falo deles. No máximo... estourando... eu conto para minha mãe. E só!

Mas esse preconceito eu sinto a necessidade de dividir com o mundo. Lá vai:

Eu tenho preconceito (na realidade acho que chega a ser fobia) a
esses SERES VIAJANTES DE MOCHILA NAS COSTAS E CABELO SEM CORTE. Eu não sei o que eles são na realidade... se eles são hippies ou estrangeiros mochileiros... em fim... são esses aí.

Eu compreendo que para quem viaja dessa forma deve ser difícil encontrar um lugar para tomar banho. Mas depilar as axilas, usar um lencinho umedecido e um desodorante ajuda bastante.

Ainda têm algumas pessoas que os defendem, dizendo:

"-Ah! Mas eles não tomam banho porque lá na terra deles é muito frio e tal e tal."

Mas aqui é quente. Aqui faz 40°C na boa. Aqui precisa tomar banho, sim!

E tudo bem se eles não quiserem tomar banho, o problema é deles. Agora... a partir do momento que isso me afeta agride enquanto ser humano... eu passo a me sentir no direito de abominá-los e considerá-los as piores criaturas do planeta Terra se é que eles são desse planeta. O direito deles começa onde termina o meu! Então... se eles me agridem... f*d@m-se.

Portanto... eu tenho preconceito, sim! Para mim eles são a encarnação do mau. E se eu estiver andando por uma calçada e um deles vier em minha direção, eu mudo de calçada, e não estou nem aí se eu estiver ofendendo. Eles não se importam quando me ofendem.

Sim! Já fui ofendida! Porque, em minha opinião, você entrar em um ônibus totalmente lacrado, sem nenhuma ventilação externa, fazer uma viagem de 10 horas e não tomar banho porque essa é a sua filosofia de vida... é ofensa! Bota ofensa nisso!

O pior é que não havia outro lugar que eu pudesse sentar. O ônibus que faz a rota Fortaleza-PHB estava lotado (isso foi um milagre, porque normalmente ele vai quase vazio). Quando eu percebo aquela aquele ser pessoa adentrando o ônibus, eu pensei: como a Lei de Murphy governa a minha vida, tenho certeza que essa criatura vai sentar ao meu lado. Dito e feito!

Eu morri de frio a viagem inteira porque o cobertor só serviu para cobrir o meu rosto. Tive que dar várias voltas com ele pela cabeça para tentar amenizar a situação, e... PASMEM... não amenizou. O pior era quando
o ser a pessoa se espreguiçava na poltrona e levantava os braços. Eu juro... juro por Deus... que tive vontade de estabelecer contato perguntar o real motivo do ser da pessoa  não tomar banho. Porque... tipo... eu sou uma alma evoluída e gosto de entender o outro lado. Vai ver o ser a pessoa não tomava banho porque fez uma promessa a Deus para salvar a mãe que estava entre a vida e a morte. Mas não deu para estabelecer contato conversar, porque quando eu tentei tirar o cobertor do rosto tive uma ânsia de vômito, e eu não gosto de vomitar (poucas vezes na minha vida eu vomitei... eu sinto dor na hora... sei lá).

Quando o ônibus deu uma parada para o jantar, todos os passageiros vieram prestar sua solidariedade (ninguém ofereceu trocar de lugar comigo... mas tudo bem). Teve uma passageira que disse:

“- Olha, querida, eu estou sentada na última cadeira, e de lá eu não estou aguentando, imagino você. Você é uma guerreira.”


Dia desses estava em uma lan house... chovia na cidade (detalhe importante)... e um deles (deles quem, meu Deus?) adentrou o recinto. O que eu pensei? Isso mesmo... ele sentou no computador ao lado. Sabe como é a fedor de cachorro molhado? Pois é... era isso que ele exalava. Cachorro sujo, claro! Porque os meus cachorros não cheiram assim, nem quando estão molhados. Mas nesse caso eu tive a opção de sair do local. Então... eu posso dizer que nesse caso ele não me ofendeu. Mas o outro... poxa vida! Você vai fazer uma viagem longa, e acha que as pessoas têm o DEVER de ficar sentindo a sua inhaca, só porque você tem o DIREITO de não querer tomar banho. Vá à put@ que p@riu! Não... melhor... vá para put@ que p@riu!

Meus amigos tenho andado um pouco sumida desse espaço que tanto amo e continuarei assim, por pelo menos mais duas semanas. O trabalho grita meu nome e está difícil visitar a todos com a frequência que normalmente o faço, mas logo tudo ficará um pouco mais tranquilo. Sempre que dá corro aqui para deixar um beijo e ler os textos que gosto muito.

Apenas para lembrar, ao lado deixei uma enquete sobre "Esquecer um livro". A ideia é fazer com que essa ação aconteça mais vezes, e por isso perguntamos à vocês com que frequência gostariam de participar. Afinal, o dia 08/11 só foi um sucesso por vocês terem abraçado a ideia.

Um beijo

24 comentários:

Bia disse...

Puxa vida...é mesmo complicado quando uma pessoa precisa de um bom banho...

beijoca,
Bia

Teresa Cristina Martins disse...

Oi Isa! Não é de rir não mas eu tô dando risada desse texto. Pobre moça com o "fedorento do lado". Mas na boa, todos temos preconceitos sim, concordo com ela. Ah, obrigada pelo recadinho no blog, eu realmente a considero muito e adoro o seu blog, nada mais merecido do que uma singela homenagem. Bjussss

ELIANA-Coisas Boas da Vida disse...

O ANIVERSÁRIO DO SEU BLOG TÁ BOMBANDO CHEIO DE NOVIDADES!
VIM DEIXAR UM BEIJO E DESEJAR UM FIM DE SEMANA ESPECIAL!

Néia Lambert disse...

Isa, esse texto é muito bom,além de divertido ela demonstrou coragem em contar um preconceito, parabéns à Vaneza.
Beijos

Caca disse...

Nesse caso acho que não chega a ser um prconceito. É mais uma defesa natural, afinal nós humanos classificamos as coisas pelos sentidos primeiramente. E o olfato é um, que nos aproxima ou isola imediatamente dependendo se é olor ou é fedor. hahahha! Muito boa esta crônica! Abraços. Paz e bem.

Vaneza S. disse...

Tu nem me avisou que era hoje rs!!!

Ai meu Deus... tô com medo de ser bombardeada porque esse texto é forte rs.

Fiquei muito feliz, viu? Obrigada pela honra!

BeijoZzz

Giuliana: disse...

Isa,

Que texto esse da Vaneza. Me identifiquei demais. rs

Infelizmente, todos nós temos preconceito, não vamos ser hipócritas ao ponto de negar, e nesse caso eu compartilho do preconceito dela. Foge do meu entendimento essa escolha de vida.

E me identifiquei ainda mais pela má sorte em viagens longas. Também tinha esse carma, era fumante, pessoa espaçosa e folgada...não podia bater o olho e torcer o nariz, que era batata! =]

Acho que quanto mais abolimos, mais atraimos.

beijos.

Maria Célia disse...

Boa noite, Isa
Muito divertido o texto. Quem não teria preconceito numa situação destas? Que horror ela deve ter passado.
Bjos

C@uros@ disse...

Olá amiga Isadora, e que festa! Um texto muito bom. Eu acho que não se trata de preconceito. Mochileiro ou não, devemos respeitar o nariz alheio. Nessa terra tupiniquim, sempre há um lugar com uma água para um banho rápido, e uma pouco de "cheirinho" não faz mal, todos agradecem.

forte abraço

C@urosa

Lúcia Soares disse...

rsrsrs Muito bom o texto, Isadora.
Vou ao blog dela ler mais. Parece muito bem humorada a VaneZa.
Beijo e bom domingo!

Fátima Guerra (Mellíss) disse...

Querida Isa

Tudo ao seu redor tem sua doçura.
Sua delicadeza é inconfundível.
Obrigada por tudo.
Beijo

Fátima Guerra.

Vaneza S. disse...

Ah! Depois eu queria saber qual foi o critério da escolha. Eu nem me lembrava desse rs.

BeijoZZz

Irene Moreira disse...

Isa
Ela está certíssima e acho até que teve paciência demais porque não aguentaria viajar com um cara cherando mal do meu lado. Ia falar pelos cotovelos.

DEpois vou lá conhecer a Vaneza.

Obrigado pela sua visita nos meus cantinhos.
Estou na correria em postar e em divulgar o meu conto que foi finalista.

Espero você lá no Fio de Ariadne para me prestigiar.
Link http://fio-de-ariadne.blogspot.com
O meu conto é O diáro que você já deve ter visto na minha postagem.
É só deixar um comentário breve e mais a nota de 5 a 10.

Agradeço desde já o seu voto.

Beijos e um lindo domingo

Daniel Savio disse...

Hua, kkk, ha, ha, tive pena da tua amiga, mas as vezes o simples fato de não tomar banho é cultural...

Bem enraizado na pessoa.

Fique com Deus, menina Isadora.
Um abraço.

Cris Medeiros disse...

Eu já tinha lido esse texto da Vaneza, blogueira que acompanho e de quem me tornei amiga. A Van merece ter seus textos publicados pelos blogs mesmo... rs

Posso dizer que tb tenho meus preconceitos, não gosto de sentir que os tenho, mas tenho e tento lidar com isso da melhor forma, não deixando que isso se exteriorize tanto...


Beijocas

Anônimo disse...

Oi Isa !!
Cheguei através do blog da Vaneza e gostei muito do seu espaço.
O texto é muito bom. Preconceito ? Quem não os têm ? Ainda mais quando nos atinge diretamente.

Vou ficar tá ???
Beijinhos

Astrid Annabelle disse...

Isa, esse post da Vaneza me fez rir...apesar de ser triste. Coitada...que sufoco!!!rsss
Vou lá conhecer o blog dessa excelente contadora de "causos"!.
Beijo grande e mais uma vez parabéns por seu aniversário de blog!
Astrid Annabelle

Denise disse...

Talvez ninguém esteja livre de alguma foram de preconceitos, mas ser obrigada(o) a conviver com tamanha diferença - e rebelar-se - não me parece atitude preconceituosa, mas uma natural defesa...dos sentidos.
O texto é leve, gostei de ler.
Um bom domingo,
bjos!

Glorinha L de Lion disse...

Isa, eu ri muito com a estória da Vaneza...já aconteceu isso comigo num: AVIÃO! Não tinha como fugir, nem respirar eu conseguia! Cheguei praticamente em apnéia no lugar pra onde eu ía...hehe eu tenho "faro" como diz meu marido, sinto inhaca de longe...e eles vem sempre na MINHA direção, claro...a tal da Lei de Murphy de que a Vaneza fala...gostei demais dessa estória, me vi ali...hehe beijão pras duas!

Marcia M. disse...

Isa que historia hem?,nossa!!
tadinha da moça...rs um beijo amiga!

Luna Sanchez disse...

Oi, Isa!

Vim lá do blog da Vaneza e só agora me dei conta de que não li esse texto por lá, me passou.

De fato ter que aturar a caca alheia é um horror...credo, eca! =\

Beijos para as duas.

ℓυηα

She disse...

Obaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa muito bom! Beijo, beijo!
She

Tatiana disse...

Hahaha...Va...ninguem merece!!! Eu nao tinha lido esse teu texto nao, ri muito!!
Menina, tem uma cidade aqui perto de Cancun que se chama Tulum, e esse povo reina la...um horror..rs.
Tambem nao sou muito chegada nao, sem querer ofender ninguem, mas la, a maioria sao argentinos!!
Beijocas pras duas queridas que gosto muito!!!
Isa, vou la na enquete, dou a maior força para repertimos o esquecimento!!

Beth/Lilás disse...

kkkkkk
Achei o máximo, verdadeiro mesmo este texto ou crônica.
Também tenho horror a ficar ao lado de um sujeito fedido, meu nariz é sensível e tenho ânsias de vômito, hummm!
bjs cariocas