29 de novembro de 2010

Tantos Caminhos: a festa continua - parte XIV

E como o mês é de festa, divido com vocês um texto de uma amiga muito querida, a Andrea do Blog Andrea Pagano.
  

Uma questão de comunicação...


A comunicação é algo incrivel... Fico analisando em forma e conteúdo como as pessoas andam se comunicando e isso me deixa confusa... Tão complexo ficou o ato de se comunicar!

Percebo que quando vou escrever tenho dificuldades nas palavras, em traduzir o que penso e isso me deixa incomunicavel,porque me preocupo mais com a forma, do que com o conteúdo, com quem e como... Sinto ter tantas coisas aqui trancadas, para serem analisadas, compartilhadas, criticadas ou até para que sirvam de conforto e não sei como falar, para quem e qual o momento... E elas ficam pesando e se embolando e os pensamentos ficam me gerando confusões e dúvidas... Então, fico procurando sintonizar as pessoas, pessoas através dos seus textos e das sua imagens (ou videos) para que eu possa encontrar-me ou encontrar um meio de comunicação...

Vasculho na leitura quase que diária dos blogs, dos livros, de diferentes tipos de comunicadores, diferentes idades, mundos, realidades, pessoas que se expressam em momentos, andares diferentes, porque estão vivendo em situações adversas, como se tivesse que haver pessoas certas para sua linha de comunicação...

Isso é comunicar-se?

Procurar pessoas como em uma rádio: Agora preciso de musicas lentas, não tem que ser as gritadas, calmas agora por favor, pauleiras forever, precio relaxar numa instrumental...Comunicar seria no meio do turbilhão dos sons e da tempestade de palavras, ter a sensibilidade para ficar procurando gente para comunicar-se?

Será que precisamos fazer tantos desenhos, usar tantas imagens para sermos definidos porque não conseguimos mais nos comunicar? Será que não nos comunicamos bem quando não usamos belas palavras ou palavras que ninguem entende?

Porque tantas pessoas acham maravilhosos textos que ninguem entende?

(Ou sou eu que não entendo esta comunicação, que mundo será que vivo ou ando vivendo...)

Fico lendo textos que não entendo, será um enigma? Será que eu preciso descifrar a pessoa, para me "plugar" (tipo Avatar) depois enfim poder me comunicar?

Que coisa complicada virou esse negócio de comunicação...

Dirija-se ao amigo do balcão B, q u e  e s t a  a s s i m  n o  m e s m o  r i t m o,  mande um e-mail, pegue uma senha.. Afinal ele anda um bocado ocupado demais com essas coisas ultra modernas e não pode simplesmente conversar! O que é conversar afinal sem um grande título, prefácio, indice, e até vocabulário ou dicionário, sei lá,  vc já fez o seu indice para falar com seus amigos, os amigos tem capa, contracapa, e muitos índices, qual voce deseja, pois não podemos "jogar" palavras fora, "bater papo" quem foi o louco que bateu em tão sintuosas palavras???


Não serve também  frases de clichê (o que é um cliche), cuidado com eles, não é também de bom tom... Pois tem as REGRAS para a comunicação escrita ou falada, não pode pensar assim igual todo mundo, se não o nome é clichê e não o nome que você queria falar, você na verdade não pode usar essas palavras por que muita gente já usou...Então tem o problema de palavras muito USADAS... então a p...ou o michê das palavras,na verdade é o clichê, notou que o som é o mesmo para você não se confudir... Diga com quem tú escreves que te direi quem tú és... Sentiu que fiz as duas coisas na mesma frase, o clichê e a dica (ma não pode).

Mas, por que só aparece na empresa pessoas cuja comunicação é polida por embalagens (lindos laços) e hipocresias, os verdadeiros sempre são os maus comunicadores? Pessoas que usam palavras simples ou fora de concordância são motivos para o Rei da Cocada Preta, ilustrar sua palestra motivacional..."Ah nosso faxineiro teve a brilhante idéia de aumentar o orifício da pasta de dente..." 

Aplausos para o cara que falou do FAXINEIRO!

Precisa mudar o tom, o ritmo, a melodia, precisa mudar a orquestra toda, ser um compositor, um maestro... Ai sim tera peso e valor (mesmo que ninguem continue não entendendo, como as óperas, duvido que metade entenda!)

E a imagem não conta? Conta! Uma pessoa merecerá ser escutada se nela estiver o bonito, o alegre, o bem relacionado, o corretinho, o patinho bem  embrulhadinho, certinho, limpinho... Pessoas corretas são pessoas  inteligentes,cultas, sempre estão bem penteadas, alisadas,chapadas, equilibradas e maquiadas.

Precisam estar assim para  participar dos mais seletos grupos, os grupos dos que falam bonito e equilibradamente bem...


Isso é comunicação?

Porque precisamos de tantos artificios para se chegar um ao outro, porque precisamos de tantos aparelhos e essa parnafenalha toda de pods e pods se não pode nada!

Será que não tem gente ainda vivendo por tras dos fios, dos cabos, do dicionário, do lúdico, do abstrato, do surreal do magestral ou todas essas besteiras que as pessoas inventam para parecerem melhores que as outras e no fim de melhor não tem nada, porque não conseguem mais a comunicação afetiva, o olhar profundamente o outro?

Será que temos que nos vestir de andróides para sermos escutados, Será que nossos olhos, nossa temperatura não nos mostra o suficiente para que possamos nos comunicar?

Ah isso são para os animais... Então eu sou um animal, pois a comunicação atual esta me tornando incomunicável!

Então precisamos estudar muito e sermos intelectuais para achar que o arroz com o feijão é delicioso?
Não, seria necessário comentar isso numa rodinha neo liberal ,numa mesinha rústica de mil reais, com a toalhinha de chita "charmosa",  num restaurante tipicamente "rustico" para que isso tenha causa e efeito?

Ou preciso de sorrisos pós laser, brancos radiante, o  falar manso e brando, parecer-me sempre disposta e de bom humor, pois os mau humorados também são seres que não podem comunicar-se (é Dunga não pode)!

Não pode nada, melhor só olhar nos olhos, olhos pelo menos acho que todo mundo tem igual!


(Sintonizando rádios desses brilhantes blogueiros: Lia Araujo, Gilmar Morais, Robson Scheneider Albuq, entre outros...)

27 de novembro de 2010

Tantos Caminhos: a festa continua - parte XIII

Hoje, divido com vocês o texto de uma amiga mais recente e cujos textos eu adoro. É a Vaneza, do Balzaquiana com ´ Z´.

Preconceito? Esse eu assumo!


Eu tenho os meus preconceitos... na maioria das vezes me envergonho deles. E não fico só nisso... além de me envergonhar, eu procuro exterminá-los da minha vida. Mas é difícil... muito difícil. Na boa? Algumas vezes chego a pensar que é impossível.

Como eu me envergonho dos meus preconceitos, obviamente, não é para todo mundo que eu falo deles. No máximo... estourando... eu conto para minha mãe. E só!

Mas esse preconceito eu sinto a necessidade de dividir com o mundo. Lá vai:

Eu tenho preconceito (na realidade acho que chega a ser fobia) a
esses SERES VIAJANTES DE MOCHILA NAS COSTAS E CABELO SEM CORTE. Eu não sei o que eles são na realidade... se eles são hippies ou estrangeiros mochileiros... em fim... são esses aí.

Eu compreendo que para quem viaja dessa forma deve ser difícil encontrar um lugar para tomar banho. Mas depilar as axilas, usar um lencinho umedecido e um desodorante ajuda bastante.

Ainda têm algumas pessoas que os defendem, dizendo:

"-Ah! Mas eles não tomam banho porque lá na terra deles é muito frio e tal e tal."

Mas aqui é quente. Aqui faz 40°C na boa. Aqui precisa tomar banho, sim!

E tudo bem se eles não quiserem tomar banho, o problema é deles. Agora... a partir do momento que isso me afeta agride enquanto ser humano... eu passo a me sentir no direito de abominá-los e considerá-los as piores criaturas do planeta Terra se é que eles são desse planeta. O direito deles começa onde termina o meu! Então... se eles me agridem... f*d@m-se.

Portanto... eu tenho preconceito, sim! Para mim eles são a encarnação do mau. E se eu estiver andando por uma calçada e um deles vier em minha direção, eu mudo de calçada, e não estou nem aí se eu estiver ofendendo. Eles não se importam quando me ofendem.

Sim! Já fui ofendida! Porque, em minha opinião, você entrar em um ônibus totalmente lacrado, sem nenhuma ventilação externa, fazer uma viagem de 10 horas e não tomar banho porque essa é a sua filosofia de vida... é ofensa! Bota ofensa nisso!

O pior é que não havia outro lugar que eu pudesse sentar. O ônibus que faz a rota Fortaleza-PHB estava lotado (isso foi um milagre, porque normalmente ele vai quase vazio). Quando eu percebo aquela aquele ser pessoa adentrando o ônibus, eu pensei: como a Lei de Murphy governa a minha vida, tenho certeza que essa criatura vai sentar ao meu lado. Dito e feito!

Eu morri de frio a viagem inteira porque o cobertor só serviu para cobrir o meu rosto. Tive que dar várias voltas com ele pela cabeça para tentar amenizar a situação, e... PASMEM... não amenizou. O pior era quando
o ser a pessoa se espreguiçava na poltrona e levantava os braços. Eu juro... juro por Deus... que tive vontade de estabelecer contato perguntar o real motivo do ser da pessoa  não tomar banho. Porque... tipo... eu sou uma alma evoluída e gosto de entender o outro lado. Vai ver o ser a pessoa não tomava banho porque fez uma promessa a Deus para salvar a mãe que estava entre a vida e a morte. Mas não deu para estabelecer contato conversar, porque quando eu tentei tirar o cobertor do rosto tive uma ânsia de vômito, e eu não gosto de vomitar (poucas vezes na minha vida eu vomitei... eu sinto dor na hora... sei lá).

Quando o ônibus deu uma parada para o jantar, todos os passageiros vieram prestar sua solidariedade (ninguém ofereceu trocar de lugar comigo... mas tudo bem). Teve uma passageira que disse:

“- Olha, querida, eu estou sentada na última cadeira, e de lá eu não estou aguentando, imagino você. Você é uma guerreira.”


Dia desses estava em uma lan house... chovia na cidade (detalhe importante)... e um deles (deles quem, meu Deus?) adentrou o recinto. O que eu pensei? Isso mesmo... ele sentou no computador ao lado. Sabe como é a fedor de cachorro molhado? Pois é... era isso que ele exalava. Cachorro sujo, claro! Porque os meus cachorros não cheiram assim, nem quando estão molhados. Mas nesse caso eu tive a opção de sair do local. Então... eu posso dizer que nesse caso ele não me ofendeu. Mas o outro... poxa vida! Você vai fazer uma viagem longa, e acha que as pessoas têm o DEVER de ficar sentindo a sua inhaca, só porque você tem o DIREITO de não querer tomar banho. Vá à put@ que p@riu! Não... melhor... vá para put@ que p@riu!

Meus amigos tenho andado um pouco sumida desse espaço que tanto amo e continuarei assim, por pelo menos mais duas semanas. O trabalho grita meu nome e está difícil visitar a todos com a frequência que normalmente o faço, mas logo tudo ficará um pouco mais tranquilo. Sempre que dá corro aqui para deixar um beijo e ler os textos que gosto muito.

Apenas para lembrar, ao lado deixei uma enquete sobre "Esquecer um livro". A ideia é fazer com que essa ação aconteça mais vezes, e por isso perguntamos à vocês com que frequência gostariam de participar. Afinal, o dia 08/11 só foi um sucesso por vocês terem abraçado a ideia.

Um beijo

25 de novembro de 2010

Blogagem Coletiva - Minha Ideia é Meu Pincel (5ª)

Entramos na quinta semana, da blogagem coletiva proposta pela Glorinha do Café com Bolo: Minha Ideia é Meu Picel.

Ao longo dessas cinco semanas fomos desafiados a olhar para uma tela e contarmos a nossa experiência, deixando para trás aquilo que já tivéssemos ouvido sobre a tela, sobre o pintor(a), sobre o estilo
.
Frida Kahlo - Auto Retrato
Uma imagem forte é a minha primeira impressão. Um rosto sério, um olhar sisudo mas que ao mesmo tempo parece perdido, vago.

Me pergunto por que a imagem tem como fundo folhas, bichos. Talvez tenha sido pintada tentando retratar uma floresta? O colar de raízes com uma ave. 

A imagem em si me faz pouco sentido e não consigo relacionar os elementos. Ou façam total sentido e eu através de meu olhar não consigo capturar.

Acho mesmo que estou cansada. E talvez, hoje, não tenha sido um bom dia para aguçar o olhar.

Gostaria de me perder por entre essa floresta e esquecer um pouco, a violência que tem assombrado o Rio de Janeiro.

23 de novembro de 2010

Amigo Oculto do Uni ver sos - Mais festa - Extra! Extra!

Amigos, eu preciso dividir isso com vocês! Hoje como muitos já leram foi o dia de revelarmos a nossa amiga oculta. E para minha grata surpresa, quem me tirou foi a Maria do blog Ofertando Flores. Ela fez um post lindo e para quem quiser conferir basta clicar aqui, mas não parou por aqui.

Ao chegar, agora, do trabalho tinha uma surpresa para mim. Simplemente eu e pequena Bia ficamos de boca aberta e pensei: Meu Deus como pode uma pessoa que nem me conhece ser gentil dessa maneira!
Vejam vocês mesmos o que eu ganhei:
Um arranjo delicado e lindíssimo feito por ela! Junto um cartão igualmente carinhoso. Vi que tinha o celular dela e corri para ligar. Ela atendeu, e eu meio que sai falando sem parar e acho que ainda assim foi pouco para expressar o que eu senti!

Maria, deixo aqui registrado o meu agradecimento por tanto carinho e gentileza. Tenho certeza que seus caminhos serão de vitória. Pessoas com o coração como o seu merecem conquistar tudo e mais um pouco.

Um grande beijo

A querida amiga Ester, do blog Uni ver sos resolveu organizar um amigo secreto (ok, aqui no Rio, amigo oculto) para comemorar o 3º aniversário do blog e me convidou para participar da festa. Eu prontamente aceitei, afinal além de gostar de uma festa, nada melhor do que acrescentar uma a esse mês tão especial.

Além de comemorar o aniversário do blog, a ideia dela sugere uma maior integração entre os blogs que participam. Alguns eu já sigo, e outros passei a seguir por conta do amigo secreto.

Hoje é o dia de divulgarmos a nossa amiga secreta. Quando recebi o e-mail da Ester informando quem era, eu vi que até então não a seguia. Corri para visitá-la e acompanhar o blog. E foi assim nesses quase 15 dias.

O que eu posso dizer da minha amiga secreta, se pouco a conheço? Será que pouco a conheço, me pergunto. Ao ler seus posts, acho que a descubro nas entrelinhas e por que não dizer nas próprias linhas escritas.

Pelas linhas que tenho lido me parece uma pessoa intensa, preocupada com o bem-estar daqueles que ama (sua família). E que embora tenha passado por algumas dificuldades não desanima e segue de cabeça erguida. Não deixa que os tropeços do caminho a façam desistir. Transforma seus momentos em poesia.

Suas linhas transbordam amor!

Bom, a minha amiga oculta é...


A Márcia, do blog Meus Pensamentos!

Márcia, através dessa brincadeira proposta pela Ester cheguei até o seu espaço e o acompanhei um pouquinho durante esse mês. Gostei muito do que tenho lido nele e espero que você seja sempre muito feliz.

Um grande beijo,
Isa

22 de novembro de 2010

Tantos Caminhos: a festa continua - parte XII

Meus amigos é com grande alegria que, hoje, trago para vocês um texto da querida amiga Giovanna, do Bordados e Retalhos:

 

Por Que os Ipês Florescem no Inverno?

Andava distraída pela rua e alguma coisa me chamou a atenção no meio da praça. O ipê rosa, imponente, a despeito da falta de cor entre todos os arbustos e plantas, estava lá lindo e florido, enfeitando o final desta manhã de inverno em que o coração não consegue enxergar motivos para alegria. 

Praça Costa Pereira onde passei hoje pela manhã

Mas por que será que os ipês teimam em florescer nesse tempo em que a gente  se esconde do vento e da chuva fina? Por que será que eles brotam lindos e faceiros quando as praças estão vazias e os bancos que moram lá ficam  sozinhos e tristes  sem ouvir as confidências do  casais enamorados? Por que?
Segundo o filósofo e escritor Rubem Alves os ipês florescem no inverno porque  é um tempo é frio e seco e então as árvores ficam com medo de morrer. Por isso produzem, florescem e ejaculam suas sementes ao vento. Antes de morrer oferecem  um grande orgasmo de cor e beleza."

Entendi, é como se diante de dias cinzentos, melancólicos sem o brilho do sol,  os ipês saudassem, antecipadamente, a primavera que logo chegará.  


Quanto mistério há na natureza, numa árvore simples que se impõe majestosa nesse tempo no meio da praça, quanto mistério! Quanto mistério há também no coração da gente  que teima em chorar hoje mas que amanhã certamente há de encontrar dias ensolarados de esperança para viver.

21 de novembro de 2010

Tantos Caminhos: a festa continua - parte XI

Amigos, hoje, divido com vocês dois textos de duas queridas amigas: a Mônica, do Deusas e Fadas e a Irene do M@myrene.

Mônica - Deusas e Fadas

Salve! Oh Deusa Lua

Lua

Nasce a noite iluminada pela Lua Cheia
E no íntimo sentimos sua misteriosa presença
Luz prateada enfeitiçando a meia noite e meia
Brilhando sobre a imensidão de cada crença

Lua Cheia de adversidades
Dos que vagueiam pelas veredas das sombras
Dos seres vazios pedintes de prosperidades
Dançam seus sonhos e ilusões sobre as alfombras

Lua Cheia dos lunáticos insanos
Das suas lágrimas caem estrelas sobre mim
Sobre os véus dos meus desejos humanos
Da maestria dos segredos não sairão até o fim

Lua Cheia dos poetas românticos
Dos amantes boêmios e eternos namorados
Assinalando a força dos poderes quânticos
Unindo as almas e os corações apaixonados

Lua Cheia dos ciclos e nascimentos
Gravitacional é o seu poder sobrenatural
Daqueles que possuem os conhecimentos
Mas sua magia é um fenômeno transcendental.

Flores e Luz.
(Autora: Helen Dante)



E agora, com vocês a Irene, do M@myrene 
  
"É tão bom o amor"

 
É tão bom ouvir sua voz me dizendo que gostas de mim
É tão bom poder estar com alguém tão lindo assim
É tão bom sentir o coração bater mais forte
É tão bom ter esse sentimento dentro da gente.

É tão bom amar é ser amado
É tão bom estar apaixonado
É tão bom sentir teus beijos
É tão bom estar em teus braços.

É tão bom assim que não quero que acabe
É tão bom que vibro de tanta alegria
É tão bom que a cada dia esse amor cresce
É tão bom que de amor morreria.

É tão bom saber que podemos amar
É tão bom saber nele encontramos a vida
É tão bom saber que o amor nos leva a qualquer lugar
É tão bom saber como sou feliz de te amar.

*Escrito por Irene Moreira*
"E a emoção do nosso amor
Não dá pra ser contida
A força desse amor
Não dá pra ser medida
Amar como eu te amo
Só uma vez na vida."
(Roberto Carlos)

19 de novembro de 2010

Tantos Caminhos: a festa continua - parte X

Bom, como todos já sabem esse é o mês de comemoração de 01 anos do Tantos Caminhos e não encontrei melhor forma de comemorar do que dividir com vocês textos de amigos queridos.

Dando continuidade a festa, hoje, divido vocês um texto, da querida Beth do Mãe Gaia.

"Numa casa portuguesa fica bem pão e vinho sobre a mesa. 
Quando à porta humildemente bate alguém, 
senta-se à mesa co'a gente. 
Fica bem essa franqueza, fica bem, que o povo nunca a desmente. 
A alegria da pobreza está nesta grande riqueza de dar e ficar contente. 
Quatro paredes caiadas, um cheirinho à alecrim,
um cacho de uvas doiradas, duas rosas num jardim,
um São Pedro de azulejo, sob um sol de primavera, 
uma promessa de beijos, dois braços à minha espera.
É uma casa portuguesa, com certeza! 
É, com certeza, uma casa portuguesa! 
No conforto pobrezinho do meu lar, 
há fartura de carinho. 
A cortina da janela e o luar, mais o sol que gosta dela...
Basta pouco, poucochinho p'ra alegrar uma existência singela... 
É só amor, pão e vinho e um caldo verde verdinho a fumegar na tigela."


Em algum momento neste final de semana pus-me a cantarolar esta música portuguesa que não me saiu da cabeça depois que li um trecho do livro que levei para as noites tranquilas lá na serra. Os mais jovens que aqui frequentam não devem conhecê-la, mas ela fez muito sucesso no passado e na minha infância, no convívio que tive com várias famílias lusitanas, volta e meia ouvia alguém cantarolando um pedacinho dela. Acho-a linda e tem tudo a ver com o modo de viver dos portugueses, simples e caloroso.

Eu via e sentia como aquelas pessoas tinham amor pelo seu país e viviam contando casos ou recitando versinhos bem ao seu estilo, fazendo comidas com gosto da terra distante(eu adorava a filhóses que Dona Deolinda fazia), usando a maneira de seu povo nas suas expressões do dia a dia. Só agora que entendo melhor a vida, imagino a medida exata para avaliar as suas perdas e seus sentimentos. O Atlântico é o mesmo oceano que separa estes dois países irmãos, mas a cultura deles é muito diferente da nossa e eu não entendia porque moravam todos uns em cima dos outros, quer dizer, construiam sempre mais um puxadinho para um filho que casava ou algum parente que chegava de Portugal. Era um tempo em que a família abrigava as pessoas. Atualmente ainda vemos alguns morando com avós, pais, filhos e netos e, geralmente muito felizes em suas relações afetivas.

Lembrei-me de um fato interessante que um dia uma amiga que nasceu lá, acho que é Trás dos Montes, contou-me. Veio ainda bebê com os pais aqui pro Brasil começarem uma nova vida depois da Segunda Guerra Mundial e, tanto seus pais quanto ela própria sonhavam um dia poder voltar à querida terrinha e reverem os lugares lá deixados, os parentes, suas raízes, enfim. Seus pais foram uma única vez e não mais voltaram, viviam das lembranças e do contato que faziam das cartas e telefonemas. Fincaram os pés aqui na terra brasileira e criaram seus filhos. Assim que teve uma oportunidade foi com seu marido em viagem à Portugal nos idos de 80, levando presentes brasileiros para a avó, tios e primos. Passaram por lá uns vinte e poucos dias, comendo batatas, azeitonas graúdas, bacalhau regado a azeite puro. Depois de uma dezena de dias já estavam enjoados daquilo, pois na aldeia que os parentes moravam não tinha lá muita variedade e quase todos os dias vinham as batatas cozidas, que já não surtiam o prazer das primeiras vezes. Chegaram a ter um certo 'piriri' de tanto azeite que ingeriram. Claro que hoje, até mesmo as aldeias têm variedades comestíveis e até de países distantes. 


Mas o que os marcou profundamente foi perceberem que nas conversas com os tios e primos, não eram mais considerados portugueses e sim brasileiros. Ficaram confusos, coitados, pois os dois, ela e o marido, eram registrados como portugueses, viveram aqui no estilo português, com seus pais legitimamente portugueses e com sotaques completamente distintos do português brasileiro que falamos. Voltaram pro Brasil meio decepcionados em descobrirem que não tinham mais uma nacionalidade definida - lá não eram portugueses e aqui não eram brasileiros - foi então que resolveram se naturalizar de vez brasileiros e acabar com essa história.

Hoje, muitos brasileiros sairam do Brasil em busca de novas e boas oportunidades no exterior. Alguns não podem voltar com tranquilidade ou porque estão ilegais ou não têm condições financeiras para bancar passagens de ida e volta facilmente e há aqueles que podem e estão sempre vindo, mesmo vivendo felizes e com as vidas estabelecidas, às vezes até famílias prontas com filhos nascidos em outro país, mas todos, sem exceção, volta e meia usam a palavra que só existe na nossa língua e que é usada no singular para expressar tudo aquilo que vai na alma com relação ao Brasil - Saudade - sem o s, pois saudades, no plural, são lembranças, cumprimentos que se mandam.

Vejo que ocorre então um movimento contrário aquele do meio do século passado e que com a globalização fortaleceu-se em todo o mundo. Penso, como será a visão daquele que passa muitos anos fora daqui e quando retorna, mesmo vindo com tanta saudade, o que sente diante do país atual que também está diferente nas mudanças sociais e culturais, devido a todo este movimento global! Por um acaso sentem-se assim, meio divididos, brasileiros lá fora e aqui um estrangeiro?!
"Onde você se encontra, onde você está, é exatamente aí que está sua vida, não importa quão penosa esteja sendo ou quão prazeirosa. Isso é o que é."
(Taizan Maezumi, Ensinamentos da Grande Montanha, Editora Religare)


(Ao fazer este post lembrei-me com saudade de meus amigos de sempre, portugueses e brasileiros de coração, e homenageio Dona Deolinda, Sr. João, Tereza, Lourdes, Belarmino, Maria, Fátima, Vera, Sr. Ernesto, Dona Rosa, Sr. Joaquim e Dona Alina).


Meus amigos, ando um tanto em falta com vocês, mas esses dias estão para lá de corridos. O final de semana será estilo gincana com a pequena Beatriz e é bem provável que eu só consiga passar por aqui no domingo. Um bom final de semana a todos!

18 de novembro de 2010

Blogagem Coletiva - Minha Ideia é Meu Pincel (4ª)


A cada semana um novo olhar, uma nova descoberta, um novo detalhe, mais uma pausa para a contemplação e é assim que chegamos na quarta semana da blogagem coletiva proposta pela Glorinha do Café com Bolo.
Edgar Degas - Les Danseuses Bleues
É possível sentirmos a tensão no ar. Pessoas correndo de um lado para o outro, agitação, murmurinho, costureiras de linhas e agulhas nas mãos, cabeleireiros, redes de cabelos e grampos espalhados por todos os lados. Poucos minutos, isso mesmo. Poucos minutos para começar.

As bailarinas deixando os últimos ajustes na roupa e no cabelo serem feitos. Margaridas sendo delicadamente colocadas no cabelo. Olhos apreensivos para o espelho. Blush, batom, sombra, lápis. Sapatilhas de pontas e  fitas rosadas sendo cuidadosamente amarradas no tornozelo.  O coque, a rede, um pouquinho de laquê e o cabelo está pronto. O pó de breu colocado no canto, sim este pozinho não pode faltar, afinal é ele que segurará os rodopios que farão. Euforia!

Na coxia, uma barra improvisada. Alongamento, "Plié", "Demi-Plié", "Elevé", ""Relevé", Flic-Flac", "Arabesque" e assim, as bailarinas  preparam-se para o tão aguardado momento. Silêncio - pede alguém. E em um segundo, o lugar que até então fervilhava é tomado por uma total ausência de ruídos.

O manto vermelho cuidadosamente é suspenso e a plateia, em silêncio, ouve a suave valsa.

Respeitável público: o espetáculo vai começar!

"Uma pirueta, duas piruetas. Bravo, bravo!"

16 de novembro de 2010

Tantos Caminhos: a festa continua - parte IX

Amigos espero que estejam gostando da festa, dos textos publicados aqui! Hoje, trago para vocês um texto da querida Dama, do Blog Confissões Ácidas.

 Pelo direito da mulher ser sozinha!


Lendo esse conto no blog da Celamar Maione, fiquei pensando nos motivos que levam muitas mulheres a buscarem desesperadamente uma companhia masculina. E vi que tem muito a ser analisado nisso. Uma mulher sozinha tem que lutar pelo direito de querer ficar sozinha! E muitas não se sentem preparadas o suficiente pra isso, porque julgam ser mais fácil se inserirem socialmente tendo um homem ao lado... Vou explicar, não me apedrejem ainda... rs

Creio que muitas mulheres buscam homens porque precisam sentir que "fazem parte de", que podem sair, que podem frequentar qualquer lugar... Veja o caso de um homem sentado numa mesa de bar, sozinho, tomando sua cerveja... Uma cena normal, olhamos e seguimos adiante... Coloque uma mulher na mesma situação... As pessoas que passarem vão achar que ela ou está caçando um homem, ou o homem dela foi ao banheiro, ou ele ainda não chegou... Jamais vão pensar que aquela mulher apenas sentiu vontade de sentar naquela mesa sozinha e tomar uma cerveja... Vejam como isso tem a ver com transição histórica... As transformações sociais foram rápidas, historicamente falando, mas a mentalidade continua atrasada. Dentro de cada um de nós as mudanças demoram para serem assimiladas...

Trabalho com uma moça que se casou cedo, se separou recentemente e agora se encontra sem um relacionamento... Ela me confessa que não consegue viver sem um homem... Ele precisa de um para viajar, ir ao cinema, sair para um restaurante, enfim, viver socialmente... E tenho certeza que muitas mulheres sentem o mesmo... Creio que a falta é mais da vida que ela quer levar, da proteção do homem, do que propriamente da companhia de um namorado ou marido! É a necessidade de uma "muleta". Sem o homem ela se sente tolida de fazer uma série de coisas que gosta...

Não recrimino essas mulheres, mas sinto tristeza ao constatar isso! Porque o movimento deveria ser o contrário, aproveitar que estar sozinha para tentar ver o que de positivo tem nisso, ousar, se reinventar como ser humano... É fácil??!! Não, de jeito nenhum!! Não é fácil ir contra as convenções sociais... Mas é útil tentar! Se a mulher conquistou o que tem hoje, é porque outras mulheres ousaram contestar o que estava aí!!

Se digo isso é porque faço! Se eu tiver que ir a qualquer lugar sozinha eu vou... Seja pra dançar ou sentar em bares sozinha... Percebo os olhares estranhos, os caras abordam de uma maneira cretina. Mas é só a gente se impor! Se eu sei o que busco, alguém só fará algo comigo que não quero, se for à força...

E vão ter as mulheres que dizem que estar com um homem dá uma sensação de proteção, porque ele funciona como um escudo... Não tiro a razão dessas mulheres, mas por outro lado, é preciso aprender a se defender! Claro que a gente não vai sair no meio da noite, por uma rua escura, sozinha. Mulher tem menos força física que um homem, é um fato... Escolha locais bem frequentados, use táxi pra ir e voltar... Dá pra sair sem correr tantos riscos! Se não tem dinheiro pro táxi, escolha locais perto de casa... E ter um homem ao lado, não é garantia de que nenhuma violência vá ocorrer... Definitivamente não é!

Gosto de viver sozinha, o que não significa ser o estereótipo da solitária amargurada! Uma companhia masculina agradável é sempre benvinda, no entanto pra mim vale uma frase da Maitê Proença: - Homem eu quero, o que não quero é marido! Dois casamentos já foram suficiente para eu entender que não é minha praia... Mas se a mulher gosta de casar, ou apenas deseja uma presença masculina em sua vida, melhor que seja por prazer e não porque precisa de um homem para viver...

15 de novembro de 2010

Tantos Caminhos: a festa continua - parte VIII

Esse mês está animado e do jeito que eu adoro: comemorando com os amigos, momentos importantes. E como é festa, hoje, divido com vocês dois textos de duas queridas amigas: She, do blog Cantinho She e Fran, do blog Diário de Bordo - Lund.


Mulher madura sabe

Sensualidade

Não parece

Vulgaridade

Sabem que um olhar

Provoca muito mais

Do que um encostar

No jogo da sedução

Um quase dizer faz

Mas não faz

O olhar é atração

As palavras são incêndio

O corpo é a comprovação

É um beijar que não beija

É um jeito menina

Com cheiro de mulher

É uma brincadeira gostosa

Que leva ao êxtase

Seduzir me encanta

Seduzir é dançar gostoso

Seduzir é chegar pertinho

Seduzir é se deixar sentir

Seduzir é tocar fogo para queimar

E se queimar

Seduzir é embarcar no desejo

De ser desejada

Seduzir é deliciosamente

Ser provocante

Seduzir é...

TEXTO: Sheila Mendonça.
Foto: Internet
 
 
Calma, linda e loura
Suécia,país de muitas descobertas a fazer...
Berço de nomes ilustres. Para completar, seus filhos são loiros, lindos, altos e de olhos azuis. Belos descendentes vikings. A vida por aqui é calma e serena. Andamos pelas ruas tranqüilas sem medo. Moramos em um local onde não há guaritas - portaria . Não temos carro, mas andamos de ônibus diariamente e somos respeitados por isso. Todas as linhas seguem rigorosamente aos horários estipulados nos diferentes pontos da cidade e por isso podemos nos programar. Por eles passam idosos, cadeirantes, mães com carrinhos de bebê e até cachorros, todos são respeitados como iguais. `

A escola pública funciona com qualidade. Aqui em Lund a vida é bem tranqüila. Podemos cruzar a cidade a pé junto com milhares de Universitários de toda a Europa que freqüentam a Universidade de Lund.. As mulheres suecas? São lindas, magras, altas,de olhos claros, tipo Ana Hickmann.Em dias de termômetro próximo ao zero grau as saias curtas pela vaidade das loiras servem de ótimo isolante térmico. Parecem estar desfilando em um grande evento pelas ruas da pequena Lund apesar de que a população hojé já é uma mistura de traços e nem todos são loiros.

Com uma política bem "generosa", há décadas o país recebe muitos refugiados (esta semana o Marcio tirou o cavanhaque e limpou as sombrancelhas, já foi confundido com árabe e não gostou nadinha). Aqui homens e mulheres possuem deveres e direitos iguais, dividem tarefas e responsabilidades, nas ruas presenciamos muitos homens com carrinhos de bêbes. Descobri que a licença maternidade são de 400 dias e os pais ainda recebem ajuda do governo até o filho completar 18 anos. Os dias de licença podem ser divididos entre pai e mãe, como a família preferir.Fico imaginando como sentem as pessoas que são mais valorizadas? Serão certamente pais, maridos , mulheres , esposas e funcionários melhores.
Será esta uma realidade de conto de fadas? 
Parafraseando a Somnia do "Borboleta" na qual sou fã, ensinamos as crianças que nos contos de fadas há momentos tristes e aprendizados a fazer, sem eles, a gente continuaria a mesma gata borralheira de sempre". Sei que ainda passaremos por desafios mas por enquanto só nos resta aproveitar as boas situações que esta vida pode nos oferecer.
(Texto da Fran)

E a nossa festa continua...

13 de novembro de 2010

Tantos Caminhos: a festa continua - parte VII

Hoje, trago para a nossa festa, dois queridos amigos: Veloso, blog Baú do Veloso e o Gilmar, do blog Caminhar & Ruminar. Espero que gostem!

As Tirinhas do Veloso





E como vocês, o amigo Gilmar:

Se eu fosse mulher por um dia...

Cupid's Arrow, de José de Almeida & Maria Flores

Se eu fosse mulher, por um dia, queria desconhecer o cansaço e a irritabilidade da rotina, nos afazeres de casa. Não conseguiria ser essa mulher multifunções, "multitudo". Essa mulher "prendada" não sobreviveria!

Queria navegar em descobertas esfuziantes e a primeira curiosidade seria sobre os "mistérios" que povoam o banheiro feminino. Saber porque se vai ao banheiro feminino em duplas ou tríades, o que acontece lá dentro e porque o retorno é sempre acompanhado de largos sorrisos na face. Talvez sejam os encantos do "espelho espelho meu", em meio a bolsas recheadas de surpresas. Talvez...


Outra sensação, que deve ser deliciosa para se descobrir, seria o uso despudorado do cartão de crédito. Essa moeda plástica, que tantos desatinos provoca, tem seus segredos revelados em sapatos, roupas e outras tantas sacolas de grifes. Deve ser fantástica a emoção compulsiva das compras! Loja após loja, num infindável movimento de despir e vestir, até o "é esse"! Mais uma relíquia para o closet.


De outras tantas eu fugiria. Depilação então, nem pensar! Precisaria ser sofisticada, a laser ou qualquer outra tecnologia indolor. Nada de stress! Nada de baixas na autoestima!


De algumas não abriria mão: perfumes marcantes, hidratantes rejuvenescedores, peelings revigorantes, silhueta justa e contornos de violão, uma sereia que não exigisse dietas mirabolantes. Comer sem culpa, viver sem culpa! Por um só dia é até imaginável!


O melhor seria mesmo descobrir o "secreto" das falas, das conversas informais, dos segredos femininos discutidos sem receios, entre iguais. Saber tanto das dores quanto do êxtase! As aventuras inconfessas, as ousadias e transgressões segredadas.


Mas ser mulher, por um só dia, não seria apenas deliciar-me em futilidades da moda, medidas do corpo, pernas torneadas, bumbum enrijecido, pele delicada, cabelos tratados, cosméticos milagreiros e tantos outros "apetrechos" admoestadores do necessário embelezamento. Xô celulites, Xô estrias, Xô culotes. Por um só dia dá prá ficar sem tudo isso!


Ela também é espiritualizada, batalhadora, racional, ímpar. Eu seria então uma mulher superpoderosa, fazendo escolhas de felicidade, não as malogradas. Num só dia dá prá apostar nessas possibilidades.


Todas essas questões de ordem profissional, social e familiar, não seriam tão impossíveis de contornar, afinal, só um dia, passa rápido demais. A enxaqueca nem conseguiria se aproximar.


O grande problema seria controlar a libido. Ah, este seria um problema desastroso a se resolver. É que, enquanto mulher, ainda que só por um mísero dia, não me desvencilharia do meu lado "gay"!


"Arrgggg"! Homens? Nem pensar! Coisa mais esdrúxula, mais repugnante! Os trejeitos arrogantes, a empáfia de conquistadores, o machismo "imbecilóide", os hábitos constrangedores. Não! Isso já seria sacrificante, ultrajante até! Melhor revigorar o meu lado "gay", enquanto mulher!


O lado masculino, na mulher por um só dia, seria o imperativo a não escapulir dos traços. E ele é tão forte, tão encantado pela mulher, que mesmo em sua pele, seria impossível não se perder na beleza do olhar, no desenho dos lábios, no contorno da face, no convite dos olhos, na sedução do andar e no desejo que faz exalar!


Se eu fosse mulher, por um só dia, haveria de fazer sobreviver e sobrepor a todos os outros, a todo custo, o meu lado "gay"! Seria impossível, insípido e intragável imaginar diferente! 



Este texto participa da Blogagem Coletiva proposta pelo Espaço Aberto.

Continuem por aqui! A festa é sua, a festa é nossa. É de quem quiser, de quem vier!

12 de novembro de 2010

Tantos Caminhos: a festa continua - parte VI

Hoje, divido com vocês, um poema da querida amiga Ester, do blog Uni ver sos e da também querida Lua, do blog Chocolate com Pimenta.


  
Sou do tempo em que o tempo não corria,
passava.
Em que infância era sinônimo de brincar,
não trabalhar.
A natureza era um bem intocável,
sagrado.
Trabalhar era parte da vida, não 
o contrário.

Sou do tempo que se acreditava em
final feliz.
Correr na chuva não fazia mal.
Andar de mãos dadas com amiga,
normal.
Namoro era ao vivo, não
virtual.

Sou de um tempo que família era 
porto seguro, não hotel.
Era elegante usar chapéu
Dar flores, usual.
Tragédia só se via em jornal.
Dar bom dia não era anormal.

Queria morar nesse tempo
viver cada momento
Sem precisar pensar 
no que não entendo.
Escrevo o relógio 
que invento.

Ester



O medo é a ânsia de viver refletida no espelho dos desejos.

Lutei com meus medos, todos, pequenos e grandes.

Aceitei as transformações necessárias e muitas vezes dolorosas.

Aos poucos descobri que havia um mundo além do medo.

E ao lançar-me nele, vitoriosa, percebi que tinha asas...
Lua

Continuem por aqui, pois a festa continua e tem muito mais!