27 de julho de 2011

A minha avó e a Portugal com carinho

Angra do Heroísmo
Minha mãe comentou comigo que o passaporte português dela estava pronto e disse que eu e meu irmão poderíamos fazê-lo. Deixe que eu explique, minha avó materna era portuguesa, embora tenha vivido, no Brasil, a maior parte de sua vida.

Eu fiquei surpresa, pois achei que minha mãe não tinha todas as informações necessárias. Desde pequena  minha mãe guarda em caixas fotos, documentos e outras relíquias, e, sempre foi hábito entre nós abrirmos as caixas sobre a cama e ficarmos conversando sobre o conteúdo das mesmas, relembrando. Nunca vi esses documentos da minha avó.

Tive pouca oportunidade de conviver com a minha avó. Apenas nove anos, mas me lembro muito bem dela. Elegante, bem-humorada e com grande alegria de viver. Morávamos juntas, além de meu avô,  meus pais e meu irmão, porém eu era criança e pouco pude conversar sobre coisas que só temos entendimento mais velhos.

Quando minha mãe comentou a novidade soube que ela tinha todos os documentos guardados e perguntei onde ela tinha nascido: nos Açores, na ilha Terceira, em Angra do Heroísmo e eu curiosa que sou fui lá buscar uma parte de mim, da história da minha família.

Divido com vocês um pouquinho do que descobri: Angra do Heroísmo é a capital (situada ao Sul) da Ilha Terceira que assim foi denominada dando a entender que é a terceira ilha do arquipélago descoberta. A Ilha Terceira é uma das nove ilhas dos Açores.

Em 1497, o pequeno povoado foi elevado a categoria de vila e em 1543, a condição de cidade. E desde 1983 é considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Segundo o censo de 2001, Angra do Heroísmo tem aproximadamente 21 mil habitantes. A economia é baseada no agro-pecuária e conta com importantes portos. O clima é temperado marítimo - chuvas abundantes e bem distribuídas ao longo do ano e com verão fraco (no Brasil, é o clima de Curitiba e Gramado).

Angra do Heroísmo

Hotel em Angra do Heroísmo

Angra do Heroísmo

Minha avó (Aydil) e meu avô (Custódio)

26 de julho de 2011

De repente


De repente, você vê que aprendeu várias coisas. Mas não foi de repente, foi aos poucos. "De repente" não quer dizer que você aprendeu rápido. Quer dizer que você não percebe que está aprendendo, até que aprende.

Você olha pra suas fotos antigas e não consegue se enxergar. Você lembra de frases ditas e atitudes tomadas e as trata como se fossem de um outro alguém. Você aprende que não há amor que não acabe, doença que não se cure, não há estrada sem fim. O caminho, sim, é sem fim. Basta torcer para estar percorrendo o caminho certo. Basta perceber que o seu caminho é errado e esperar pelo próximo retorno. É uma estrada de duas mãos.

(Lucas Silveira)


 

23 de julho de 2011

Contradições

Ela já havia percebido... Nos últimos meses andava muito distraída.

Seus pensamentos teimavam em conduzi-la para um lugar lúgrube.

No início, Ela não conseguiu compreender que lugar era esse, mas passado algum tempo dessas constantes viagens, Ela entendeu.

Ela era jogada para o fundo de suas entranhas. Lugar em que somente nós, sozinhos, conseguimos chegar e onde somos confrontados com nós mesmos, onde nossas contradições são reveladas.

Onde cheio e vazio, longo e curto, caos e conforto, esperança e desesperança, juízo e desatino, doce e salgado, bom e malvado, alegria e tristeza, ilusão e desilusão, conquista e fracasso, confiança e descrença, amor e ódio se confrontam e esperam ao fim desse combate consagrar um vencedor.

Moramos dentro de nossas lembranças.

Moramos dentro de nós mesmos.

Moramos dentro de nossas contradições.

22 de julho de 2011

O Tempo



"Havia um tempo de cadeiras na calçada.
Era um tempo em que havia mais estrelas.
Tempo em que as crianças brincavam sob a clarabóia da lua.
E o cachorro da casa era um grande personagem.
E havia também o relógio de parede.
Ele não media o tempo simplesmente: ele meditava o tempo!"

(Mário Quintana)

20 de julho de 2011

A que tamanho chega?


A que tamanho chega a ferida?
O corte que você fez e não voltou para soprar.
A que tamanho chega o rasgo deixado sem curativo?
Aberto.
Abandonado.
Quanto ainda cresce um buraco que já foi milimétrico?
Um pequeno traço.
A que tamanho chega uma ferida regada todos os dias?
Cultivada por alguém como se fosse flor..

[Eduardo Baszczyn]

Li no blog da Sil, Entre Aspas e achei maravilhoso. Quantas vezes nós insistimos em cultivar uma ferida, quantas vezes nós não a deixamos fechar, secar?
 
Beijos para todos

16 de julho de 2011

Copacabana


Ontem, no Rio Show, li uma definição de Copacabana que transmite muito bem a minha ideia sobre esse bairro, onde nasci e até hoje vivo.

"Copacabana é aquilo que a gente sabe: um bairro tão plural que absorve a novidade e faz parecer que ela sempre esteve ali. Pouca coisa sobressai em Copa, pois o bairro já tem de tudo um muito."
(Simone Marinho)

Um bairro de contradições e opostos. Uma mistura de novo e antigo. Decadente e cheio de bossa. Enfim, um bairro tão plural quanto possamos imaginar.

5 de julho de 2011

Quem sabe...


Amigos, durante um tempo o blog ficou fechado para que eu tentasse visitar os blogs amigos que tanto gosto. Não tive sucesso, pois outros assuntos gritaram por mim, e, mais uma vez me vi sem tempo e o que era para ser uma maneira de dar atenção aos amigos se tornou em um espaço que pouco dei atenção.

Hoje, decidi abrir o blog novamente, mas dessa vez sem compromisso nenhum. Vou postar quando tiver tempo e vontade e visitarei quando der. A todos que chegarem por aqui, desde já agradeço, mas não estranhem se eu não retornar para um cafezinho.

Sinto uma grande saudade de ler e de trocar com muito de vocês, mas sabedoria é dar tempo ao tempo e termos foco no que realmente nos é importante no momento.

Vasculhando um pasta que tenho no computador de textos escritos e não publicados achei esse. Acho que é um dos últimos escritos e compartilho com vocês.

Um beijo e nos vemos por aí.

História de nós dois

Valentina estava exausta. Sentia-se como no dito brincalhão como se um caminhão tivesse passado por cima. Também não era para menos estava acordada desde as cinco horas da manhã e já eram onze da noite.

Tivera que acordar cedo, pois o seu voo estava marcado para oito horas. Ia para Natal, a trabalho.

Chegou ao aeroporto Augusto Severo, às onze horas e de lá foi direto para a filial da empresa. Já soubera antes mesmo de embarcar que três reuniões haviam sido marcadas, sendo que a primeira delas era um almoço. Que maratona, pensou.

Chegou e foi tomando logo pé da situação e dos detalhes sobre a empresa que queriam comprar. O almoço seria tenso e talvez fosse melhor pedir algo leve.

O almoço aconteceu tenso como ela havia imaginado e depois as duas reuniões, uma na sequência da outra. Quando pensou, aliviada, que poderia ir para o hotel, foi pega de surpresa pelos amigos do escritório que combinaram um happy our. Com negar?

Se celular não deu trégua. Tocou sem parar o dia inteiro. Era Luís que ligava insistentemente.

Ela e Luís namoraram por dois anos e eles haviam rompido o namoro há dois dias. Ele não se conformava e queria mais e mais explicações.

Valentina já havia explicado tudo e explicado o que era mais importante: não o amava mais, porém Luís, sempre Luís tão arrogante não podia conceber o fato e dizia que tinha outro motivo, porém não havia e era assim, simples. Ela não queria ser indelicada e dizer para que ele parasse de ligar, pois estava sendo inconveniente. Esperava que ele se desse conta e a deixasse em paz.

Estava agora, no quarto do hotel, finalmente. Encostou a porta, desfez rapidamente a mala e foi para o banheiro. Estava louca para tomar um banho, colocar a camisola e apenas se enfiar debaixo das cobertas e ver se estava passando um bom filme, porém antes de deitar-se foi até a mesinha de cabeceira e pegou algo.

Antes de concluir o que iria fazer pensou em como gostaria de gritar em alto e bom som as palavrinhas que acabara de ler, mas como não podia limitou-se a abrir a porta e pendura na maçaneta pelo lado de fora, a pequena plaquinha que dizia: DO NOT DISTURB!