- Ah não! Você por aqui novamente? Não estava viajando? – perguntou nitidamente irritado, o Bem.
- Meu caro, as viagens não são intermináveis e uma hora é preciso voltar. Não se esqueça que propus apenas uma trégua. Não lhe disse que não voltaria mais – respondeu o Mal - olhar escuro profundo e sorriso escancarado.
- Você não se cansa? Não lhe passa pela cabeça desvencilhar-se de companheiros cujos predicados são tão desagradáveis? Não te incomoda ser marca do nada, da ausência de substância, da falta de essência? – perguntou o Bem.
- Não se iluda, meu velho amigo. Já pensaste que não sobreviveria sem ter a mim? Sou seu contraponto. Sou seu melhor antagonista e sua história não seria tão repleta de glórias e triunfos, caso eu resolvesse partir de vez.
- Acredito que quem se ilude aqui é você, Ilustríssimo. Talvez não lhe tenha passado pela cabeça que não desejo glórias e triunfos e que tão pouco sou protagonista de alguma história, pois caso essa personagem exista com certeza será uma outra companheira. Será a Paz que advém daqueles que me tem no coração.
Nota: esse post é complementar a A Trégua publicado em janeiro/2010.
Deixo, um mensagem de otimismo para todos aqueles que por aqui passarem:
"Que Deus não permita que eu perca o romantismo, mesmo eu sabendo que as rosas não falam.
Que eu não perca o otimismo, mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre.
Que eu não perca a vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa...
Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...
Que eu não perca a vontade de ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, reconhecer e retribuir esta ajuda.
Que eu não perca o equilíbrio, mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia.
Que eu não perca a vontade de amar, mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo, pode não sentir o mesmo sentimento por mim...
Que eu não perca a luz e o brilho no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo, escurecerão meus olhos...
Que eu não perca a garra, mesmo sabendo que a derrota e a perda são dois adversários extremamente perigosos.
Que eu não perca a razão, mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas.
Que eu não perca o sentimento de justiça, mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu.
Que eu não perca o meu forte abraço, mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos...
Que eu não perca a beleza e a alegria de ver, mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olhos
e escorrerão por minha alma...
Que eu não perca o amor por minha família, mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigiria esforços incríveis para manter a sua harmonia.
Que eu não perca a vontade de doar este enorme amor que existe em meu coração, mesmo sabendo que muitas vezes ele será submetido e até rejeitado.
Que eu não perca a vontade de ser grande, mesmo sabendo que o mundo é pequeno...
Amorosamente,
Francisco Cândido Xavier"