10 de maio de 2011

Como nasceu a chuva



O dia despontava ainda tímido e preguiçoso é verdade e na floresta silenciada pela noite ouviam-se os primeiros sons: o coaxar dos sapos, o canto dos pássaros, o farfalhar das folhas das árvores. No instante seguinte percebia-se que a floresta acordara para mais um dia, porém, aquele dia não era como qualquer outro, mas, sim, um dia especial. Um dia de contar estória e hoje, o narrador convidado é o Vento.

Pouco a pouco toda a floresta estava atenta, a narrativa que logo iniciaria. Vamos acompanhar a estória soprada pelo Vento?

O Vento começou a soprar e fez uma pergunta ecoar: Vocês sabem como nasceu a Chuva? Silêncio. A Chuva que lá estava ficou emocionada, pois nunca imaginou que sua estória seria soprada.

Então anunciou o Vento, atenção, pois vou começar.

Há muito tempo atrás, as nuvens viviam a brincar no céu. Eu as soprava para lá e para cá e elas, em um bailado delicado ficavam a rodopiar. Eram nuvens de todas as idades, todas bem branquinhas.

As nuvens mais velhas recolhiam-se mais cedo para não serem castigadas pelo sol, porém as nuvens mais jovens corriam soltas pela vastidão do céu.

Nessa brincadeira inocente de bailar para lá e para cá, Angélica e Rafael (sim, na nossa estória as nuvens tem nome) sem perceber trombaram e pequenos flocos se entrelaçaram. Um tenta chegar para o lado, o outro tenta espichar. Tudo na esperança de desenlaçar. E no meio dessa dança descompassada, começaram a gargalhar. E agora como iriam se soltar? Nesse mesmo instante começaram a se observar. Foi amor à primeira vista posso lhes assegurar.

Ali entrelaçados começaram a jurar que sem o outro não iriam mais caminhar, mas eu que assistia tudo de longe - explicou o Vento - vendo aquela confusão não tive dúvida e pus-me a soprar, soprar bem forte até desenlaçar. Continuei a soprar e sem querer Angélica e Rafael começaram a se afastar, e tão depressa que Rafael  foi esvaecendo sem que Angélica conseguisse alcançá-lo.

Quando Angélica percebeu Rafael havia sido levado para longe e a única coisa que conseguia ver era um pequeno floco branco.

Rafael gritou bem alto para que a pequena nuvem pudesse escutar: Não se preocupe, eu vou voltar. Deixe apenas a ventania abrandar. Espere por mim. 

Angélica com os olhos arregalados e assustada não conseguiu ouvir e a única coisa que passava pela sua cabeça era que nunca mais veria Rafael. Seu coração inundou-se de tristeza e seus flocos tomados pela dor ,  sem que percebesse encheram-se de gotículas de água e trasbordaram e todos sem entender viram a água cair do céu.

O Vento silenciou e junto com ele toda a floresta, porém logo anunciou: Eu não vim até aqui contar estória triste. Vamos ao final.

A Chuva nasceu da tristeza de Angélica, porém minutos depois, eu compreendi o que aconteceu e parei de soprar e assim, Rafael em um bailado alegre voltou rodopiando. Tomou Angélica nos braços e a beijou.

Querem saber como essa estória terminou? E foram felizes para sempre.



15 comentários:

Anônimo disse...

Olha,
Entre um pingo e outro
A chuva não molha.

Flavio Ferrari disse...

... enquanto o sempre durar, é claro ...

Mila Olive disse...

Que fofo! Fiquei triste por achar que Angélica e Rafael não se reencontrariam... Mas o vento compreendeu! Lindo!
beijos

Lu Souza Brito disse...

Ahhhhhhh que conto mais bonitinho Isa.
Estou só gravando na memória as estorinhas que leio aqui para contar aos meus sobrinhos quando for visitá-los. Ah porque eu sou a tia xodó e adoro isso, ahaha!

Isadora disse...

Paulinho, emu amigo que honra tê-lo aqui!
Flavio, por experiência própria sei que algumas histórias não duram para sempre, mas acalento essa esperança.
Mila e Lu, muito obrigada pelas visitas. Eu pensei em um final triste, mas sei lá o que me fez dar outro rumo a estória.
Um beijo

Entre Nous disse...

Lindo, meu amor!

Você me surpreende a cada texto.

Essa maneira lúdica de escrever é gostosa de ler, rsrsrsrs!

Um beijo,

T

Hod disse...

Abençoada Chuva que sustenta vida.
Uma bela imagem sobre a natureza humana Isadora.

Bastante contente por sua visita e pela doce fragrância que deixastes em minha atmosfera.

Abraços com muitas bençãos.

Hod.

Mônica - Sacerdotisa da Deusa disse...

Isadora que coisa mais linda!!!!
Foi vc quem escreveu???
Que delícia, voei loooongeee, tão gostoso...Adorei!!!
Beijinhos.

Flores e Luz.

Isadora disse...

Oi Mônica fui eu sim! Que bom que vc gostou e obrigada por passar por aqui.
Um beijo
Hod, obrigada também pelas palavras carinhosas!

orvalho do ceu disse...

Oi, querida
Como seria bom se todas as histórias tivessem um final feliz!
Passo também para convidar vc a participar da BLOGAGEM COLETIVA ESPIRITUAL QUE PRÉ LANCEI DIA 12 E QUE SERÁ DIVULGADA HOJE: DIA 13Conto com sua participação, na certa, vc muito nos acrescentará!
ENTRETANTO, FIQUE À VONTADE!
Bj no seu coração

Anônimo disse...

Foi lindo de se ler e de imaginar tal cenário acontecer :)
Adoro histórias com final feliz, mas quem não gosta né?!

Beijo

Everson Russo disse...

Lindissimo e emocionante post,,,,um beijo carinhoso de bom dia.

Dois Rios disse...

Que bonitinho, Isadora! Quem sabe o destino não estava transvestido de vento, já que ele tinha por meta unir para sempre Angélica e Rafael?

Beijo, minha querida!
Inês

pensandoemfamilia disse...

Romance no ar,,,, bonita história de amor com final feliz, pelo menos é um bom início.
bjs

Lúcia Soares disse...

Isadora, você deixou o romantismo prevalecer.
É bom saber que a chuva não é feita de lágrimas.
Beijo!