12 de março de 2010

Esperando na janela













O relógio marcava cinco horas e quinze minutos.

Foi até o banheiro e arrumou seu longo cabelo preto como de costume, partido ao meio e preso em duas belas tranças. Para arrematar um laço branco de cada lado.

Saiu afobada e estrategicamente apoiou-se no parapeito da janela, do velho casarão. Agora, tinha apenas que esperar.

Esse ritual fazia parte de suas tardes há pelo menos cinco meses, ou seja, desde a primeira vez que o viu. No dia seguinte retornou a janela e esperou. Às cinco e meia em ponto, ele passou debaixo de seus olhos.

Assim, suas tardes seguiam. Sempre aguardando aqueles preciosos minutos. Apenas o via passar e o seguia com os olhos até que no final da rua, ele virasse à esquerda. Nunca teve coragem de chamá-lo, nem mesmo segui-lo na tentativa de descobrir onde morava.

Ele sequer notava a sua presença. Passava sempre de cabeça baixa e com o passo apressado, porém naquela tarde algo surpreendente aconteceu. Ao passar embaixo de sua janela, olhou para cima e sem nada dizer olhou bem no fundo de seus olhos e assim ficou por alguns minutos até que lhe lançou um largo e gentil sorriso.

Seus olhos brilhavam e pareciam querer lhe dizer algo. Ela apenas o fitou. Finalmente havia tocado seu coração.

4 comentários:

Marcos disse...

imaginei uma cidadezinha como Parati...casarões, janelas e parapeitos históricos...ruas de paralelepípedo!! ;)

Isadora disse...

exatamente isso... uma cidade antiga com casarões e ruas de paralelepípedo. na verdade, bem lá ao fundo imaginei uma ladeira.

Everson Russo disse...

O amor sempre em pequenas porções na vida da gente,,,lindo texto...beijos e uma bela semana pra ti.

Anônimo disse...

Isa, achei lindo o seu texto.
Como sempre gentil até ao escrever.
Um beijo,