
As coisas não andavam nada fáceis para eles. O marido havia
perdido o emprego há três meses e ainda não havia conseguido uma recolocação.
Tinha recebido uma
boa indenização, mas como não tinham ideia de quanto tempo levaria para
conseguir um novo emprego viviam com o dinheiro contado. Infelizmente tiveram
que cortar o judô dos meninos. Conseguiram manter apenas a natação.
Para melhorar a situação, a TV do quarto dos meninos tinha
pifado e o fogão teimava em aparentar os longos 15 anos.
Embora, ela trabalhasse, o salário era o suficiente para
arcar com as despesas da casa e apenas isso. Não sobrava um centavo sequer para
consertar o que era necessário. Lazer nem pensar. E quando todos iam dormir,
ela se sentava no sofá e com as contas na mão decidia o que deveria ser pago
imediatamente e o que poderia deixar um pouco mais pra frente.
Nessas horas senti o peso do mundo em suas costas e ficava
um pouco desanimada, mas era apenas ver sua família reunida, os filhos
brincando alegremente, o marido em frente ao computador buscando uma música que
gostava ou todos reunidos a mesa nos almoços de domingo que todo o cansaço
desaparecia.
Ela olhava feliz para todos e pensava: - nós estamos sem
dinheiro, mas temos o mais importante: AMOR.
Aquela casa definitivamente tinha amor para dar e vender!