22 de dezembro de 2011

Escolhas...


Compartilho com vocês, um lindo texto escrito por um amigo: Eduardo Suplicy. Cai como uma luva para o final de ano, onde paramos para repensar o ano que vai chegando ao fim e fazer planos, sonhar, traçar metas para o novo ano que chega de mansinho. Quando menos esperarmos estaremos na contagem regressiva: 10, 9, 8,..., 3, 2, 1 - Feliz Ano Novo!

Certa vez, o poeta estava sozinho pensando na vida e no final do ano que se aproximava. Todo final de ano era a mesma coisa, ele refletia sobre como tinha sido aquele tempo, no que havia conquistado e no que havia perdido. Esse ano não era diferente, ele seguia seu ritual até que adormeceu no sofá e sonhou.

- Ei você? Perguntou um senhor de barba branca bem longa... feliz ano novo!
- Mas ainda não é ano novo, respondeu o poeta curioso com a barba e com o largo sorriso daquele homem.
- Claro que é! Já passa de meia-noite.
- Mas o ano novo é só daqui a uma semana...ainda nem comemoramos o Natal.
- Bom, uma coisa você acertou o Natal cai no domingo, daqui a três dias...mas o ano novo já chegou sim!

E o poeta meio atordoado começou a pensar que aquele velhinho com barba de algodão só podia estar enlouquecendo. Coitado, pensou ele: já está confuso com as datas...deve ser da idade.

- Hahaha, você é novo por aqui, não é mesmo? Perguntou o velhinho.
- É...acho que sou. Não me lembro de ter vindo a esse lugar antes. Mas por que pergunta?
- Porque aqui podemos ouvir pensamentos também e posso garantir que não sou nenhum velhinho senil que não sabe o que está dizendo.
- Meu Deus, me desculpe. Não poderia imaginar que você estava ouvindo meus pensamentos.
- Não se preocupe, só fico um pouco preocupado com você que parece não estar entendendo muita coisa. Vamos caminhar um pouco? Aproveito e lhe mostro esse lugar incrível enquanto conversamos.

E lá foram eles, andando por lugares incríveis e cheios de fantasia. O velhinho mostrava tudo e ele se espantava com a beleza do lugar.

- Aqui é o mar dos sonhos que tem uns banhos maravilhosos. Ali a montanha dos desejos, muito difícil de escalar e muito cobiçada. Ali tem a lagoa da esperança, sempre cheia e logo depois o caminho da felicidade, lotado de gente procurando a entrada.

E cada lugar que o velhinho apresentava o deixava ainda mais confuso. Até que a curiosidade falou mais alto e ele perguntou:

- Esse lugar é de verdade mesmo? Todos esses nomes, todas essas pessoas, tantas coisas das quais nunca havia ouvido falar. Estou confuso e continuo sem saber onde estou.
- Você está na Vida, meu bom amigo. É só o que você precisa saber.
- Mas o que eu devo fazer?
- Ora faça suas escolhas. É isso o que fazemos na Vida. Você quer dar um mergulho no rio da alegria?... é só pular. Você prefere tomar um banho de sol de euforia? Deite-se na praia. Você prefere passear pela trilha da amizade?... siga pela esquerda. Aqui você é livre para fazer o que quiser.

E o poeta seguia fascinado com aquelas paisagens e com os nomes incríveis que o velhinho contava para ele. E seguiam andando e observando as pessoas.

- Puxa, aqui tem muita gente. Mas alguns parecem não saber para onde estão indo, como eu.
- Isso é muito comum por aqui, meu filho. As pessoas podem escolher o que quiserem, mas preferem não escolher. Algumas acham que escolher um caminho implica em abrir mão de todo o resto. Outras acham que podem seguir caminhos opostos ao mesmo tempo e permanecem no mesmo lugar sem saber como começar. Alguns estão esperando por você. São seus amigos que precisam ouvir sua opinião antes de tomar qualquer atitude.
- Esse lugar é mágico, não é?
- É sim. A Vida é mágica e é você e cada um quem faz a magia da Vida acontecer.

E o poeta seguiu sorrindo. Falou com algumas pessoas. Acenou para outras. Reconheceu situações que ele mesmo já havia passado e, preguiçosamente, preferiu pensar naquilo tudo, já que ali os pensamentos podiam ser ouvidos.

- Tem uma coisa que ainda não entendi.
- O que meu filho?
- Por que você disse que hoje é ano novo? Você me parece saber do que está falando, mas isso de ano novo não faz nenhum sentido para mim.

E o velhinho respondeu:

- Todos os dias são ano novo. Todos os dias você deve fazer suas escolhas e seguir o seu caminho. E todos os dias, essas escolhas se renovam e você é obrigado a pensar mais e a escolher de novo. E por isso eu comemoro e vivo intensamente cada um dos meus dias. Entendeu?

Sorrindo, o poeta entendeu. Assim era a vida que ele escolheu viver. Era nisso mesmo que ele pensava todos os dias. Por ser assim ele agradecia a Deus todos os dias. Por ser assim ele se sentia mais feliz e realizado e mesmo que um dia fosse ruim ele sempre pensava que era porque tinha feito escolhas erradas. Dormia pensando nisso e acordava pronto para escolher de novo, e isso lhe fazia bem.

- Então: feliz ano novo para o senhor!
- Obrigado meu filho, feliz ano novo para você e para todos os que você ama.
- Vou contar para os meus amigos a lição que você me ensinou hoje.
- Conte sim. Mas saiba que muitos vão escolher não ouvir e isso não é um problema. De qualquer forma, se a sua escolha é contar, conte.

E quando o poeta virou-se de lado percebeu que as coisas estavam diferentes. Em uma piscada de olho ele voltou ao sofá, abriu um sorriso largo e correu para o computador pra contar essa história pros seus amigos.

Feliz ano novo pra todos vocês!
Repleto de boas escolhas!

2 comentários:

Lu Souza Brito disse...

Olá Isa,

Saudade de vc!
Texto real, ano novo é todo dia né?
E esta reflexão sobre as escolhas, sobre fazer que amanhã seja melhor que foi hoje é importante.
Por aqui, abri minha alma e meu coração para o novo, para a Fé e chamei a Esperança para ficar pertinho.
Psrs você e sua Familia desejo um Feliz Natal e Feliz Ano Todo, ops, Novo, rsrsrs.
E como está a sua pequena?
Bjos
Lu

eder ribeiro disse...

Isa, querendo ou não, nós somos obrigado a escolher, e fundamental é aprender com as escolhas. Bjos.