Marina tinha dez anos e vivia com os pais em um pequeno vilarejo próximo a uma floresta. O pai era lenhador e conhecia como ninguém aqueles caminhos. Volta e meia, Marina, o acompanhava.
E foi em uma tarde dessas que a menina foi surpreendida. Estava sentada sobre o tronco de uma árvore, olhando o passo apressado das formigas quando ouviu:
- Oi!
Marina olhou para os lados, mas não avistou ninguém. Voltou então às formigas.
De repente, a menina sentiu algo puxando a barra de seu vestido. Olhou para baixo e custou a acreditar no que viu: duas fadas de pouco mais de 50 cm cada uma.
Marina é claro ficou assustada, mas as fadas apressaram-se em explicar.
- Oi, Marina, eu sou a Fada do Norte e esta é a Fada do Sul. Não fique assustada, nós não lhe faremos mal algum. Nós moramos nessa floresta e a conhecemos desde que era uma menininha e acompanhava seu pai. Brincamos com você por diversas vezes, mas talvez com o passar dos anos você tenha esquecido.
- Oi - respondeu Marina e completou: eu não me lembro de vocês.
- Não tem problema nenhum, nós já sabíamos.
A menina e as duas fadas passaram o restante da tarde entre conversas e brincadeiras, até que o pai retornou e foram para casa. Chegando em casa não contou nada aos pais, pois temia que eles não acreditassem e a proibissem de voltar à floresta.
Todas às vezes em que Marina acompanhava seu pai, a Fada do Norte e a Fada do Sul estavam por lá a esperando. Eram tardes de pura alegria e diversão. Vez ou outra, as fadas davam algum conselho à menina.
Uma tarde, Marina saiu apressada de casa. Disse à mãe que logo voltaria e correu para o interior da floresta. Precisava encontrar suas amigas fadas.
Quando as avistou, saiu falando descontroladamente. As palavras saiam embaralhadas, tamanha era sua aflição. As fadas pediram que a menina tivesse calma e explicasse direitinho o que estava acontecendo.
Marina desandou a falar e assim foi nos 30 minutos seguintes. As fadas escutaram atentamente e não a interromperam. Quando a menina acabou, entreolharam-se e a fada mais velha disse:
- Minha pequena Marina, nós entendemos bem como se sente, e temos algo a dizer. Guarde isso para todos os momentos em que se sentir assim: não ter medo é como quebrar o encanto. E quebrado o encanto nada mais há de temer.
Marina voltou para casa envolta em uma leveza que jamais experimentara e a partir daquele dia sempre que sentia medo, simplesmente, quebrava o encanto.
9 comentários:
Venho quebrando o encanto todos os dias rs.
Maravilhosa postagem,amei.
Parabéns.
Um beijo grande.
Obrigada, Pérola, por ser sempre tão gentil com meus textos.
Um beijo
Eu acho que você está cumprindo um papel importante sem saber. É que as pessoas geralmente aprendem primeiro a falar, e a ouvir? Ouvir deveria ter sido ensinado às crianças por seus pais, e como? A maneira simples -ao meu ver- é contando estórias como as suas, para as crianças porquanto pequenas.
Instigar a curiosidade infantil é um maravilhoso caminho para alcançar bons objetivos. Bastaria apenas contar estórias infantis para as crianças antes delas dormirem.
Hoje, em nossa sociedade morderna, o grande mal é que todos querem falar, todos querem ter razão, todos querem ser vistos, enquanto ninguém os ouve. Não há ninguém para ouvir, pois para ouvir é necessário ser ensinado por alguém.
E tens feito sua parte.
Parabéns!!
Rompendo os medos, mas preservando alguns encantos sempre...
Obrigada pelo carinho.
Beijinho.
por vezes é preciso ter a coragem para vencer o medo, quebrar o encantamento, e seguir em frente nesse momento.
Isadora
você é muito suave, um encanto. bjs
Nessa vida, muitos passos e decisões dependem de coragem,,,beijos e otimo final de semana,
Obrigada a todos por palavras tão carinhosas e gentis!
Um final de semana maravilhoso para todos nós.
Linda Isadora e menina querida, hoje consegui comentar embora tenha te enviado um e-mail ontem.
Seu blog é de excelência, parabéns.
Beijos menina..... Zé Carlos
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