- Você percebeu?
- Claro que sim!
- Mas...eu tentei disfarçar. Na verdade tentei esconder de você.
- De mim? A essa altura de nossas vidas você já devia saber que isso não é possível.
- Eu sei. É que fiquei envergonhada. Ok, agora você vai me criticar, condenar ou passar um sermão, certo?
- Eu, nem pensar. Me diz uma coisa, há quanto tempo nos conhecemos?
- Há muito tempo é certo – confessou sem jeito.
- Então você também deveria saber que não a criticarei, não a condenarei e muito menos passarei um sermão. Eu a conheço, se lembra?
- Lembro muito bem, mas alguma coisa você tem a me dizer.
No íntimo sentia que não estava preparada para aquela conversa, mas esperava, sinceramente, que fosse amena e que a ajudasse a recobrar a serenidade.
- Minha querida, tudo o que eu tenho para dizer-lhe, você já sabe, porém se insiste é porque talvez precise ouvir para se sentir confortada. Então, sente-se vamos conversar, mas antes vou preparar um chá, vá puxando uma cadeira para nós duas.
- Porque se sente tão angustiada e inquieta? Sabe de tudo aquilo em que acreditas, sabes o que considera justo e correto. E acima de tudo, já aprendeu que a vida nos prega peças. Aceita sem crucificar-te que és humana e por isso passível de erro e que o que sentiste não a faz pior do que ninguém. É assim mesmo todos vivem sentimentos contraditórios, sentimentos que vão de encontro ao que consideramos correto e bom.
Isso que sentiste e que não queres denominar, mas que vou te ajudar, chama-se inveja.
“Ninguém pode ter tudo. Estou falando das características próprias de cada um como caráter, consciência tranqüila, mente desencanada, leveza de espírito e vou um pouco além, o remelexo sensual de quadril que é natural da mulata, aquela levantada de sobrancelha que só algumas pessoas que têm o charme maduro.”
Não adianta e nem é saudável querer ser igual ao outro. Atente para isso e entenda que sofrer por causa desse sentimento não a levará a lugar algum, mas encarar isso de frente pode, sim, te ajudar.
Vou lhe contar uma história: Florença, 1504. Viviam dois grandes pintores: Michelangelo Buonarroti e Leonardo da Vinci.Era nítida entre eles uma rivalidade e alguns garantem que Michelangelo de fato sentia inveja de da Vinci. No entanto, esse sentimento de Michelangelo gerou algo positivo. No seu ateliê, ele estudava as inovações técnicas implementadas por da Vince, como o jogo de sombra e luz. O sentimento de inveja fez com que ele se sentisse instigado e construísse uma carreira repleta de obras-primas como a Última Pietá e a capela Sistina.
Vamos combinar, minha querida amiga, quem nunca sentiu inveja? Vou adaptar o ditado e te dizer que quem nunca a sentiu não que atire a primeira pedra mas que atire a primeira flor!
Estava desconcertada com aquela conversa e ainda sentia-se envergonhada, porém sua Alma a entendia como ninguém e era possível sentir que o mal-estar causado por aquele sentimento começava a se dissipar.
Vida que segue e mais uma lição.
Nota: a parte do texto em itálico é uma livre adaptação de Sobre a Inveja, artigo de Mariana Valle.
11 comentários:
Isadora vc é linda e o que vc escreve mais ainda......
Parabéns sempre, beijão do teu amigo ZC
Olá minha cara amiga Isadora, que belo conto. Bom ler seus escritos. E mais uma lição, precisamos todos... e vida que segue. Parabéns.
Paz, harmonia e mais inspiração,
forte abraço
C@urosa
Olá.
Vim conhecer o seu espaço de sentimentos e sonhos.
Primeira visita,
recolho lindas palavras,
e bonitas cores,
que alimentam alma e espírito.
Espaços assim se justificam pela ternura
que inspiram.
Que teu coração seja sempre casa de alegria.
Um belo e instrutivo conto,,,a inveja não leva ninguem a nada,,,façamos dela amor,,,será muito melhor....beijos de bom dia.
Vim aqui parar por curiosidade e estou deliciada com o que encontrei!
Parabéns pelo lindo blog, pelas palavras tão inspiradoras e pelas imagens muito bem escolhidas :)
Amei o seu blog!
Amigos sao parte de nós...
Da nossa alma...
Completam o quadro mais belo sa nossa essencia, a ancora que nos segura numa tempestade...
Para todos os amigos....
um abraço
E para ti,o meu beijo especial.Estou de volta!
Boa noite minha linda.
Arrasando nas postagens heim minha linda.
Eu ameiiiiiiiiiiiiiiiiii.
Muito obrigado por existir minha flor.
beijokas.
Há que se separar o sentimento antagônico saudável do destrutivo. O saudável, como no exemplo, ativa a criação como processo, potencializando seu grau evolutivo. Já a destrutivo... forget it, não presta pra nada, nada além de fomentar a discórdia e não levar a lugar nenhum. Façamos, pois, da senda produtiva nosso melhor exemplo. Flores pra voce!
Boa noite!
O incentivo é para a arte, aquilo que o sol é para a semente: um toque de vida.
Obrigada pelo carinho.
Conte com o meu.
Fátima Guerra (Melliss)
quando passamos de filhos a pais, algo em nós muda, e com essa mudança há sentidos e sensibilidades que acordam de um longo sono.
AMÉM, ISADORA!
Esse assunto é de arrepiar... dói no corpo, dói na alma.
Muito obrigada por estar me seguindo.
Gostei desse seu cantinho, e sempre passarei por aqui.
Um grande abraço, e que Deus ilumine você e toda a sua família.
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