22 de junho de 2010

Um assunto sério que compartilho com vocês!

                                                       
Tenho esse post pronto já há algum tempo. O texto é longo, mas vale a pena, pois o intuito do que seguirá abaixo é compartilhar, um assunto sério através de uma experiência real vivida por mim, para que os que por aqui passarem ao ouvirem falar sobre o assunto saibam um pouco mais e possam porventura confortar uma pessoa na mesma situação.

Eu estava no quinto mês de gravidez e faria o ultrassom morfológico – esse exame é extremamente importante, pois através dele se detecta possíveis anomalias congênitas, no bebê. É um exame bem detalhado que avalia a formação geral e os membros externos. Algumas doenças podem ser identificadas e até tratadas.

Pois é, estava eu fazendo o exame, quando já no finalzinho, o médico me diz que detectou que, a Bia, tinha pé torto congênito. Fiquei apavorada, pois nunca ouvi falar sobre isso e durante alguns segundos, perdi o chão. O médico vendo a minha aflição procurou me tranqüilizar e disse que era muito comum e que o tratamento era simples

Comum? Para quem? Tratamento? Eu nunca ouvira falar sobre isso. Sai do consultório desolada e sem saber o que fazer. Passavam mil coisas pela minha cabeça: porque aquilo estava acontecendo, que tipo de tratamento era esse, porque justo comigo (não que eu desejasse que alguém passasse por isso) e com a minha pequena. Enfim, a raiva e a tristeza se fizeram presentes.

Ligamos para a minha comadre, pois seu pai é ortopedista. Contamos o que houve na consulta, e ele confirmando o que o médico havia dito, falou que era muito comum e que seguindo o tratamento tudo ficaria bem. Indicou-nos, um anjo, o Dr. Rui Portugal, um especialista em pés para que fôssemos conversar e tirar nossas dúvidas.

Consulta marcada e lá fomos nós cheios de interrogações. Ele com toda a calma do mundo nos recebeu e explicou o que significava o diagnóstico.

Pé Torto Congênito é uma má formação congênita, em que os pés encontram-se torcidos, ou seja, virados para dentro. A deformidade ocorre em cerca de 1 para 1000 nascidos e é unilateral na maior parte dos casos. Os meninos são duas vezes mais acometidos do que as meninas. Esse tipo de deformidade afeta ossos, tendões, ligamentos.

O tratamento consiste em correção óssea, através da aplicação de gesso, a partir dos 15 dias de vida do bebê e tem duração aproximada de seis meses. No caso da Bia, ela ainda apresentava pés rígidos encurtados e com ligamentos rígidos, que não cedem ao alongamento. Nesses casos a correção é feita através de intervenção cirúrgica, após seis meses do tratamento com gesso.

Saímos do consultório mudos. A tristeza era grande, embora, a pequena Bia estivesse se desenvolvendo muito bem. Saber que o caso dela era comum não ajudou muito, mas como nos adaptamos a tudo nessa vida deixamos para pensarmos no problema quando ela nascesse e a gravidez transcorreu normalmente.

No dia 18 de junho de 2002, a pequena Bia chegou para alegrar e completar nossas vidas. Os pezinhos eram tortos, sim. Aliás, muito tortos e claro que muitas lágrimas caíram, mas chega um momento em que temos que ser práticos e resolvermos o que é para resolvermos.

Com 15 dias de vida estávamos no consultório para a primeira aplicação de gesso. Mais lágrimas, mas acredito que o sofrimento era mais nosso do que dela, pois sorria, brincava e o choro era normal de bebês. Nem mais nem menos.

Após a aplicação do gesso, nos deparamos com algumas situações. Eu, por exemplo, não podia dar banho sozinha, pois precisava, sempre, da ajuda de alguém para segurar seus pezinhos. Meu outro anjo, minha Mãe esteve do meu lado, todos os dias, me ajudando.

Quando fomos liberadas para os primeiros passeios corremos para pegar o sol da manhã, no calçadão de Copacabana, e nos deparamos com outra situação embaraçosa. As pessoas passavam por mim e pela Bia (já com o gesso) e me olhavam de forma acusadora e reprovadora. Sei lá o que passava pela cabeça delas. Talvez que eu fosse uma louca, irresponsável que havia deixado o bebê cair. Alguns não satisfeitos apenas com os olhares acusadores vinham perguntar o que tinha acontecido. No início explicava com a maior paciência, mas confesso que com o passar dos meses, quando novamente vinha o questionamento, a resposta era curta e ríspida.

Em um desses passeios pelo calçadão, por uma única vez, uma senhora me parou e perguntou se ela tinha pé torto congênito. Nem acreditei e respondi que sim. Ela me contou que seu filho há vinte anos nascera com o mesmo problema e que fora tratado no Hospital Jesus (uma referência nesse tipo de caso).

Seguimos o tratamento religiosamente e após seis meses, a correção óssea estava ok, agora teríamos que partir para a intervenção cirúrgica e em janeiro de 2003, a pequena Bia, com sete meses de vida entrou no centro cirúrgico. Um dos momentos mais difíceis da minha vida, se não o mais difícil.

A cirurgia durou cerca de quatro horas, mas por sorte, o pai da minha comadre estava no centro cirúrgico acompanhando o procedimento e nos passava algumas informações pelo celular. Quando terminou foi um alívio. Minha família estava toda no hospital e entre lágrimas e sorrisos nos abraçávamos.

Qualquer pós-operatório não é fácil, agora imaginem um bebê de sete meses, mas passamos por mais essa etapa do tratamento e após 1 mês e meio retiramos definitivamente o gesso. Dali pra frente seria vida normal. Depois do nascimento dela, esse foi o dia mais feliz da minha vida.

Não foi fácil, mas, hoje, olhamos para ela, ou melhor, para seus pezinhos e nossos olhos ficam marejados pela lembranças, mas cheios de alegria por ela estar bem. Ela tem pequeníssimas limitações, já que não tem total flexibilidade, mas nada que a impeça de fazer qualquer coisa. O único problema será se ela quiser ser bailarina de algum Corpo de Baile. Isso, infelizmente, ela não poderá ser, mas diante de tantas possibilidades, o que é a limitação de uma apenas? Nada.

Ah, quase esqueci após a retirada do gesso é preciso fazer um acompanhamento com o ortopedista de seis em seis meses, ou de ano em ano. Até hoje, nós a levamos, apenas para nos certificarmos que está tudo bem e está.
 
                                                         (foto Isadora)
P.s: Não coloquei nenhuma foto dos pezinhos dela, no início, embora tenha muitas, pois achei desnecessário.

Mesmo com exercícios físicos, a batata da perna (ambas) não se desenvolverão muito. Isto é decorrente da má formação. E o pezinho direito dela é ligeiramente mais caído do que o esquerdo, mas o ortopedista (já fomos a outros também), nos diz que para Pé Torto Congênito está ótimo.

Vida que segue feliz!

42 comentários:

Chris B. disse...

Tu simplesmente é uma mãe nota mil.
Isa, fiquei triste no começo do post porque sou mãe e sei como é sentir essas coisas... mas logo fiquei feliz por saber que Bia está muito bem de saúde e não tem qualquer outro problema. Um post lindo que demonstra força e o sucesso de todo sofrimento!

Um beijo nas duas com muito carinho. Admiro-a ainda mais.

Isadora disse...

Minha amiga Pat estou emocionada com as palavras deixadas por ti. Não foi nada fácil, mas conseguimos superar e, hoje, está tudo bem.
Muito obrigada pelo seu generoso carinho.
Um grande beijo

Beth/Lilás disse...

Isadora querida!
Seu post é um depoimento e tanto para milhares de outras mães que poderão passar pelos mesmos problemas.
Vocês foram pais guerreiros,não descuidaram da pequena Bia desde o início, lutaram e ela está aí hoje, linda e faceira.
Uma história de sucesso e luta, adorei conhecer, desejando que a vida lhes retribua com muitas alegrias sempre.
beijinhos cariocas

Françoise disse...

Amor de mãe supera e ultrapassa limites. Imagino o sofrimento ainda na gravidez . Fiquei aqui emocionada ao ler o post todo.
Seu exemplo de superação é vivo e demonstra ainda sua preocupação por contribuir com outros quando publicou o post.
Ela está linda e que bom que está tudo bem agora. Felicidades para vocês!

Abraço forte!

Anônimo disse...

Bom dia!
Felizmente que está tudo bem.
Mãe sofre...
Beijo.
isa.

Teresa Cristina Martins disse...

Oi Isadora!É preciso muita coragem para compartilhar essa história de dor e superação para vc e Bia. Beijo grande e parabéns pelo post!

chica disse...

Interessante esse teu compartilhamento.Podes ajudar muitas outras que tenham passado ou venham a passar por isso.

Levamos sustos sempre, desde que eles estão nas nossas barrigas e olha...devo te dizer uma coisa...As idades dos meus são>40,39, 37 e 35 anos...

AINDA NÃO ACABARAM!!! rsrsr
Portanto, haja coração!!!Mas vale a pena!!!beijos,chica

♪ Sil disse...

Isa...aqui estou eu de novo, chorando.
Incrivel como a gente ter amizade com mães, se faz necessário.
Eu li o seu relato, me transportei de volta a 16 anos atrás.
Mas meu caso foi diferente.
Giovanna nasceu com o teste de apgar 4. O que se não retornasse para 5 que é o normal, ela teria uma doença chamada fenilcetonúria, o que me deixou durante um ano apavorada, pois em um ano eu tinha que levá-la a APAE para repetir o teste do pézinho.Enfins, um dia te conto essa história.
Hoje, giovanna tbm é como Bia.
Lindaaaaaaaaaaa, jogando saúde fora. Amém meu Deus, pra nós minha amiga!
Parabéns por essa mãe sublime que tu és. Só as mães conseguem isso.
Um abraço apertado dessa sua amiga que gosta muito de ti!

Mulher de Fases disse...

Isa,
Achei muito bacana vc ter escrito esse post tão íntimo...dividiu com várias pessoas o caminho que vcs passaram e colocou informações importantes para mães que passem pelo mesmo problema.
Parabéns pela força!
Bjsss

Lis. disse...

Bom dia, Carioca...

Acordei lembrando que vida simples é um ranchinho de pescador que meu pai tinha frente à Ilha Comprida, e que seus amigos carinhosamente batizaram de: Rancho dos Bebuns.

1. Ser mãe é sempre muito complicado, pois a decisão -quando se pode ter- é de por um pedacinho de si para fora do peito, e nesse ponto vem mil questões de aceitações.

2. Enquanto há gente que conforma, há gente que deforma. Lembrei das mulheres chinesas, que tinham no passado a incumbência de terem os pés pequenos, somente para serem aceitas num bom casamento futuro. As mães obrigavam suas filhas a usarem conformadores para os pés. Tamancos de madeira, gesso, e outras coisas absurdas.

Vale a pena ver esse link...

http://cimitan.blogspot.com/2007/05/incrivel-estria-do-pzinho-japons.html

ps. Mas vê se não chora tá carioca? rsr

Everson Russo disse...

São tantas as adversidades que temos nessa vida, que a cada dia temos que ter mais e mais forças pra seguir em frente,,,mesmo não tendo forças,,,emocionante o post....beijos de bom dia.

Lis. disse...

Parabéns!!

Lis. disse...

Você tem uma filha muito bonita!

Isadora disse...

Beth muito obrigada pelos desejos sinceros. Hoje, graças a Deus tudo não passou de um grande susto.

Fran passamos por cada coisa, não é mesmo. Tomamos cada susto, mas felizmente algumas histórias tem final feliz (que todas fossem assim).

Isa obrigada por ter vindo até aqui e ter tido paciência para um post tão grande. Felizmente, hoje, tudo bem.

Tereza, algumas histórias são importante compartilharmos para que outras pessoas tomemo conhecimento. Felizmente, ela está ótima.

Chica, as preocupações são para a vida toda vide a idade de seus filhos. Que todas as nossas preocupações não passem apenas disso.

SIl,passamos por cada uma. Coisas até então desconhecidas por nós e que nos causam muita angústia. Você pelo visto passou um primeiro ano muito difícil, mas olhando, hoje, para elas e vendo que tudo está bem dá um alívio. É importante compartilharmos para que abrande o sofrimento de uma outra pessoa na mesma situação.

Isadora disse...

Dani não é fácil escrever algo tão pessoal, mas achei importante compartilhar, pois tantas coisas te tornam piores por puro desconhecimento. E não sabemos de tudo, né. Vamos aprendendo com a vida, com as situações que aparecem.Obrigada pelo carinho.

Lis, a histórias das chinesas para nós, ocidentais, nos parece um absurdo e uma mutilação. Eu preocupada em corrigir os pezinhos da Bia, e outras preocupadas em mudar a estrutura dos pés das filhas. Vou ver o vídeo, mas não prometo não chorar. Obrigada pelo carinho.

Everson, obrigada pelo carinho. Passamos por tantas dificuldades ao longo da vida que é preciso muita fé e força para seguirmos adiante.

Madame Mim disse...

Isa, nossa que barra vcs passaram...
Posso imaginar as aflições sofridas, pois o fato de saber sem ao menos poder ve-la, toda ansiedade gerada...Fico pensando se não seria melhor ter falado para vcs depois, já que não havia o que fazer antes, pois dai te pouparia de tanto sofrimento...
Que bom que teve este desfecho bom, porque é uma menina linda e saúdavel e Deus sabe o porque das coisa não é?
Depoimento muito sincero e importante, caso alguma mãe passe por isso...
Beijos e um dia de muita paz interior para vc!

Ah já ia m esquecendo, fiz uma indicação para vc do selinho PREMIO DARDOS, um carinho, caso aceite, esta na minha página SELOS E INDICAÇÕES, na barra lateral direita acima, logo no inicio!

She disse...

Uau! Que post... minha querida me emocionei e muito com o seu texto. Primeiramente parabéns pela garra e obrigada por dividir isso com a gente, pois realmente eu nunca havia ouvido falar nisso, enfim são tantas e tantas coisas que podem acontecer na formação dos pequenos... o texto por si só já emociona, mas a mim tocou de uma forma diferenciada porque há 8 anos perdi o meu bebê por má formação, ele não tinha cérebro, e tb nasceria com taledomida, e foi tudo tão intenso e difícil... bem, até já fiz um post sobre isso... Se quiser ler está aqui:
http://sherimendonca.blogspot.com/2010/04/nao-era-pra-ser.html
Beijo, beijo!
She

Unknown disse...

Oi querida
Li seu texto ontem ``a noite (leia-se de madrugada rs )
e não sei porque o blogspot não me deixou xomentar...snif
mas cá estou eu
meu filhote Mateus, hoje com 18, teve uma bactéria que entrou por uma mordida de mosquito e quase perdeu toda a perna com 1 aninho de idade. Apesar dos problemas serem diferentes, me identifico totalmente com o que vc sentiu...mas somos mulheres, brasileiríssimas, e não desistimos nunca né
Grandes beijos e obrigada por ir no meu simples cantinho!

Mari disse...

Oi Isadora,

É minha amiga, imagino que sufoco tenha sido, mas hoje é um alívio né?
Muito importante seu post, eu não tinha idéia deste tipo de situação.
Um beijo

Lúcia Soares disse...

Isadora, o que passou, passou. A Bia é linda, você é uma mãe maravilhosa e a família toda deve ser um paparico só com a menina.
O rostinho dela é sereno e ela nem se lembra do que passou.
Minha primeira filha, nasceu com o fêmur desencaixado da bacia, no lado direito. Aos 2 meses entrou sozinha pra sala de cirurgia, para o osso ser encaixado, por uma pequena abertura na virilha, só um furinho. E saiu de lá engessada até acima do umbigo, numa perna e até o joelho, na outra perna e com uma tala entre elas, para as pernas ficarem abertas em 45 graus.
2 meses assim, gesso tendo que ser trocado, aberto na barriguinha, pois estufafa quando ela comia...
Um tratamento que era para durar 5 meses, durou apenas 2 e meio, porque convoquei todos os meus santos, Deus, Jesus, Maria, José...um exército a nos ajudar.
Hoje ela é mãe de 3, nunca teve sequela e a vida vai em frente.
Você, eu e milhões de mães no mundo todo sabemos o que é ver um filho passar por um problema. Mas problemas que no nosso caso tiveram solução. Graças e louvores damos a todo meomento!
Beijos em você e na linda Bia.

Lu Souza Brito disse...

Oi Isa,

Imagino que não tenha sido fácil compartilhar algo tão intimo, mas que bom que o fez. Creio que tantas mães devem passar por isso e nao tem um consolo. saber que é possivel reverter deve ser um alívio. Pior são aquelas que não tem informação e as crianças nascem e crescem sem os devidos cuidados. Assim que comecei a ler o post, identifiquei com um menino (agora já um adolescente) que nasceu com o mesmo problema. O fato é que por falta de informação e de recursos mesmo, nao teve nenhum tratamento e hoje,as chances de reverter o quadro é quase nula. Ele pisa para dentro tadinho, anda todo torto, enfim...
Você é uma mãe guerreira. Não tem como ler seu depoimento e nao se emocionar. Mas o mais importante é que não deixou a peteca cair e foi atrás para que sua filhota ficasse boa.

Um beijão

lis disse...

Oi Isadora
Linda sua Bia e vitoriosa logo ao nascer num lar com possiblidades de dar a ela os cuidados necessários pra que hoje possa caminhar sozinha, ser independente mesmo nao bailarina rs.
São casos assim que mostram o quanto é importante nao desesperar, ter Fé , que tudo se acalma , se resolve .
Tenho um irmãozinho com síndrome de Dow e que nos dá muitas alegrias , é só ternura.Mas vivenciamos muitos olhares que nem sempre são confortáveis, principalmente pra ele, qu entende que é diferente dos demais . Graças a Deus tem também pessoas admiráveis que transborda de amor e compensa tudo.
grande abraço, parabéns pela vitória da Bia , pela linda pequena que tens.
boa quinta feira

ELIANA-Coisas Boas da Vida disse...

Isadora passei muito pior que vc pois ví minha filha entrar no centro cirurgico várias vezes,e eu em pé na porta parecendo uma alma penada chorando desesperada sem ninguem para me dar nem um abraço para me confortar! olhava aquele rostinho desfigurado e num sabia o que fazer!!
Mas Deus é muito bom foi me indicando o caminho e eu fui seguindo meio as cegas!
Mas hoje 27 anos depois vejo que tudo tem uma forma de resolver!
Mas naquele tempo...
Quando eu olhava para ela é via quanta coisa fora do lugar meu Deus...
Mas já passou, hoje posso chorar como estou fazendo agora ñ sei se de alivio ou tristeza mesmo!
Sua filha é linda como vc mesma disse: o que é uma limitação diante de tantas possibilidades.
Beijo

She disse...

Oi querida, vim agradecer o seu carinho naquele post do meu neném, obrigada pelas palavras e pela força, foi mesmo um momento muito difícil e triste, principalmente porque tive que enfrentar tudo sozinha, pois o pai do meu filho me abandonou quando eu não quis enfrentar um açougueiro, mas meus pais e irmão maravilhosos estiveram comigo o tempo todo, mas não vou te enganar não que foi triste, muito triste, mas se foi assim é porque tinha que ser assim, né?
Obrigada e beijo gde!
She

Wanderley Elian Lima disse...

Olá Isadora
A minha sobrinha também nasceu com esse problema, hoje já com 17 anos está ótima, a unica diferença é que o pé esquerdo é o pouco maior que o direito (um problema na hora de comprar sapatos rsrsrs). Temos que dar graças a Deus por ser só isso.
Bjs

Isadora disse...

Andrea, muito obrigada pela força. O intuito do post era esse mesmo compartilhar com outras pessoas o acontecido.

She embora passemos por muitas dificuldades com fé e esperança tudo se ajeita e nossos mais doces sonhos acontecem.

Crica que loucura o que aconteceu com seu filho. Depois que coloquei esse post, foram tantos os comentários de coisas que aconteceram. É impressionante como vagamos em um mundo tão desconhecido.

Mari, hoje, olho para ela e o que sinto é exatamente o que você escreveu: um grande alívio. Obrigada pelo carinho.

Lúcia conforme escrevi para você, imagino o sofrimento e a angústia perfeitamente bem, mas o importante é que com muita fé as meninas estão bem.

Lu, querida, pois é falta informação, pois aqui no Rio temos hospitais que não são particulares e que fazem esse tratamento de graça como o caso do Hospital Jesus que citei. É uma pena que ele não tenha recebido o tratamento adequado.

Isadora disse...

Lis, infelizmente, o ser humano descrimina, ao invés de se solidarizar. As famílias passam por muitas dificuldades, mas ninguém na hora de lançar um olhar torto entende isso. Tenho uma amiga, cuja tia tem Down, mas é tratata com tanto carinho pela família e alegra a todos sempre que está conosco.

Eliana quanta tristeza ler o que você escreveu e imaginar que você passou por tudo sozinha, mas ao mesmo tempo, hoje, quando você olha para ela deve se sentir uma vitoriosa que mesmo sozinha tomou as rédeas da situação e a conduziu de forma que, hoje, ela esteja bem.

Gilmar disse...

Isadora, perdoe-me, mas meu comentário será longo.

Jamais pensei em compartilhar isso, principalmente num ambiente virtual, mas seu texto pede que eu o faça.

Nasci com os dois pés "virados" para trás, literalmente, feito um "curupira".

A família, simples e de parcos recursos, não pôde fazer muito.

Ainda me lembro dos medicos do Hospital da Baleia, em BH, quando me ofereciam um pacote de biscoitos para "retorcerem" os pés e engessar em seguida, com a única condição de que eu não chorasse.

E assim foram muitas e muitas dolorosas sessões de "destorcimentos e gessos".

Depois vieram as botas ortopédicas com "ferros" até o joelho, prendendo e juntando.

Ainda carrego o trauma da "galinha choca" (rsrs)! É isso mesmo! Não andava e quando deixei o meu prato de comida sobre a grama, veio a galinha com seus pintinhos. Tentei retomar o prato e levei uma surra de esporas daquela zelosa mãe.

Depois, e ainda hoje, ainda piso um pouco torto, um pé é "delicadamente" maior que o outro, mas não há limitações. Não há nada que não tenha sido feito ou deixado de lado. Joguei bola, brinquei, corri, enfim, fiz tudo que qualquer criança faria e com a mesma desenvoltura.

Aí, Isadora, no seu depoimento, a memória traz de volta a minha mãe, a carregar-me na "escadeira", de ônibus em ônibus, protegendo o rebendo e buscando a sua cura.

Coisas que o amor de mãe não mede! O seu post veio feito um filme em preto e branco, de imagens já quase apagadas... E junto dele vem o resgate de passos superados, vencidos na humildade dos recursos e na riqueza do amor incondicional.

Um grande beijo no seu coração! Obrigado pelo resgate!

Fátima disse...

Isadora minha linda, posso imaginar tudo que passou, pois acompanhei de perto um caso idêntico ao da Bia com minha sobrinha Lara.
Vivemos juntamente com meu irmão e cunhada o calvário todo.
Gessos até a virília, cirurgias seguidas, aparelhos, sapatos especiais, fisioterapia, e etc.
Devo dizer que não é fácil não, como mães sofremos por elas, não é.
Com a Lara, assim como com a Bia, hoje está muito bem, mas ainda anda as voltas com exercícios e recentemete se submeteu a uma cirurgia para alongamento do tendão posterior, pois o calcanhar estava ficando levemente levantado (não encostava no chão).
Mas o importante é que estejam bem, o resto é passado.

Beijo com carinho.

Marcos disse...

Isadora, que batalha essa heim! Mas no meu entender todas as provações tem um objetivo maior do que podemos compreender.

Pense o quanto você estreitou laços com as pessoas que estavam ao seu redor pelo amor a sua filha?

Pense que sua filha foi objeto para fazer você conhecer o poder do amor, o poder da oração, o poder da fé e o poder da familia.

Eu particularmente nunca tinha ouvido falar nesse tipo de problema.

Espero que sua linda filha siga feliz e sempre rodeada de anjos como esteve até agora.

bjs para voces. E obrigado por compartilhar sua história comigo.

Elcio Tuiribepi disse...

Oi Isadora...primeiro brigadim pela presença lá no Verseiro...
Tenho um colega que nasceu com esse problema, porém na época, talvez uns 35 anos atrás, ele é bem mais novo do que eu...rs
não havia muitos recursos, não sei se é o mesmo caso de sua filha, mas ele nasceu com os pés quase que virados ao contrário como contava sua mãe de criação, acredita que a mãe não o quis por esse motivo...caeacole...
Ele sempre jogava bola com a gente, mas não usava short, sempre de calça de moleton, pois suas pernas ficaram super finas e ele de certa forma tinha vergonha...
Como o destino as vezes apronta, ele com 20 e poucos anos sofreu um acidente de carro e ficou com probelmas também no braço, pois fissurou duas vértebras e ficou com sequela...
Bom ver a Bia ai com a camisa do Fluzão..rsrs
Bom saber da Bia totalmente recuperada e dos pais orgulhosos pela vitória conquistada....me alonguei..é que lembrei da história desse colega...
Um abraço na alma...
beijo

legalmente loira... disse...

oi isadora,
fui tomada de emoção agora neste momento.
e fico travada dai não consiguo dizer o que gostaria.
mas sei que uma mãe maravilhosa e seu relato tão intimo colocado de maneira tão linda.
mas agora vendo a bia tão linda e cheia de vida e tão amada so tenho a pedir que deus continue a abençoar você a nossa linda bia.
Pudesses nós revelar todas as coisas boas que nos vão na alma...

tudo aqui é muito iluminado e perfeito! =)
beijos com carinho

Fátima disse...

Isadora querida, agradeço seu carinho e delicadeza,e digo que concordo com você quanto ao resgate da criança e de nossa identidade perdiddas dentro de nós.
Mas não é fácil não, rs.

Aproveito para dizer e pedir ajuda se puder.
Tento me fazer seguidora de alguns blogs, inclusive o seu, e não consigo.
Minha foto fica aparecendo acima do quadro, mas não entra .
Não sei se você pode pode ver, pois deixo assim mesmo, com as opções de convidar amigos, mais uma que me esqueci e sair.
Quando tento novamente, diz que já sou seguidora.
Como pode!!!

Vou continuar tentando.

Beijinho.

Fátima disse...

Não recebo atualização não, quando aparece "concluido" minha foto está acima do quadro e não entra, entendeu!
Em alguns conclui e entro para o quadro, aí boa, em outros não.
Sei lá, preciso ver o que acontece.
Mas obrigada pela atenção, viu, você é uma fofa.
Beijinho.

Felina Mulher disse...

Bom saber que hj a Bia irradia felicidade e vc também minha linda.maezonaaaaaaaaa.

Obrigada pela presença no meu blog.
Te adoro.

beijos.

Everson Russo disse...

Um beijo carinhoso de bom dia pra ti.

Melliss disse...

Querida Isadora

Que importante relato vc deixou aqui! Prova de amor, responsabilidade, empenho, fé, coragem, capacidade de superação, conquistas diárias. Parabéns!
Os pezinhos da Bia só estiveram com problemas, enquanto vc podia andar por eles..., não é verdade ?
Depois daquela fase, eles a levam aonde ela quer ir - ufa !-ainda bem, graças a Deus! Mérito de vcs todos.
Conte com meu imenso carinho.
Beijo
Mell

BAU DO FAEL disse...

Isadora, sua filha é linda, e não há limitação, minima que seja que apague isso...

Fiquei comovido com sua angustia qdo soube ainda gravida. Não é facil para uma gestante receber uma noticia assim...Fiquei comovido tb com o depoimento do Gilmar logo acima...eu leio o comentario de todo mundo..rs...uma mania minha.

Sei que a Bia vai superar o fato de não ser a primeira bailarina do municipal, mas garanto que será primeira em uma série de outras coisas que a preencherão na vida.

beijo as duas...

Irene Moreira disse...

Isadora
Parece fácil para quem lê, mas sei que foram longos períodos de dedicação, cuidados, preocupando-se com todos os detalhes. Imagino tudo que passastes e que glorioso chegar a um final de sucesso. Linda e doce Bia abençoada por Deus e por esses Pais maravilhosos.
Linda Isadora, mãe exemplar, mãe em todos os sentidos, mulher de fibra e se já te admirava agora mais ainda.
Que lição de vida!!!
Beijos

Renato disse...

Um filho é um presente divino. Convenço-me mais desta verdade a cada dia. Defeitos físicos não alteram o valor da pessoa humana e Deus os confia ao cuidado de pessoas de grandeza única.
Recentemente, um amigo teve uma filha que nasceu com síndrome de down. É uma pessoa especial e muito bonito ver como os irmãos receberam a nova integrante da família.
Parabéns pelo texto, pela grandeza e muita força. Sua filha tem em vc um grande apoio.
bj

André Charak disse...

Isadora,
Obrigado por compartilhar sua emoção nessas linhas, me senti parte dela. O que vejo não é apenas a informação técnica, por assim dizer, que certamente contribui para que outras mães, em casos semelhantes, possam ter o conforto e a tranquilidade de lidar com a questão, mas um envolvimento e um carinho que, por natureza, deveria caber a toda mãe, mas que na prática não funciona bem assim. Lindas palavras, trato e sentimentos, um beijo!

Milkshakedepalavrasdalu disse...

Oi, Isa. Só vi agora esse post sobre a sua filha. Eu tenho uma prima, um ano mais velha que eu, que nasceu com as pernas arcadas e mesmo assim agente brincava muito, ela sempre foi muito alegre. E com o passar dos anos, fez muitas cirurgiais, algumas até a acompanhei, para que ela se distraísse comigo. Entao vivi isso de perto com ela. Mas ja na adolescencia ja estava bem melhor, e hoje em dia, ela tb tem uma perna menor que a outra, centímetros, mas que nao atrapalha em nada, vive a vida dela normalmente e nunca deixou de ser alegre e comunicativa.
Tudo de bom para a Bia. Mesmo sem conhecer ela pessoalmente ainda, parece que já conheço, só por ela conversar com a Samy. rss
Bjs! Amigaaaa.
Lu