16 de julho de 2016

Dos aniversários (2014)

Foi a exata duração de um piscar de olhos. Algo em torno de 200 milésimos de segundos.

Foi tão rápido assim? Foi e quando eu vi lá estava eu dando boas vindas aos 43 anos.

Poxa, 43 anos é um tempinho, né? Não pode ter passado tão rápido assim!

Ontem mesmo, o papai e a mamãe me acordaram de madrugada com um misto quente e um suco de abacaxi para comemorar meu aniversário.


Irmão para de mexer na minha coleção de borrachas!!! Ah, você não faz mais isso? Está com 36 anos? Wow!!!



Não pode ser! Tenho certeza que foi em julho que passei as férias em Teresópolis com você e com nossos primos: Fernanda, Paulinho, Andrea, Juliana, Gustavo, Márcia, Laurinho, Fernanda, Walter, Cristiano. A gente até foi a Serrinha encontrar com a Daniela, Renata, Serginho, Pedro, Duda, Alexandre, Thais.



Ontem, eu desci para pular elástico com a Flavia Lage, na garagem. Na segunda eu fui pela primeira vez de ônibus para o colégio com a Patrícia Afonso e no outro final de semana viajei para Terê com a Adriana Pinho.
Não foi sábado passado que teve festinha na casa do Joly e encontrei com a Fernanda Ribeiro, Cris Alpoim, Ana Flávia, Alessandra Dourado, Márcio Blos, Alexandre Junqueira, Patrícia Fabbri, Lula, Renata, Marcelo Aguiar...?



Tenho a nítida sensação que foi mês passado que conhecemos o pessoal do 227: Patrícia, Tici, Andrea, Michele, Susana, Priscilla, Raul e junto o pessoal da Sá Ferreira: Gabriela, Ana Paula, Adriana, José Júlio, Rodrigo, Marcos, Felipinho, Mario, Duda, Hélio, Vinicius.



Ué que estranho. Foi outro dia a formatura do Mallet, não foi Fofa, Buba, Cristiano, Mario Vítor, Ourival, Rodolfo, Fabinho, Marcão, Moa, Silvio, Lúcio, Paulinha, Laura, Fábio Novak, Flavia, Haníbal, Bárbara?



Betinha nós nos conhecemos outro dia, né? Betinha, Gabi, Neubert, Gugu vamos ao Baixo Gávea nessa quinta?



Quando eu comecei a trabalhar foi na Mesbla. Xi... não existe mais. É parece que passou um tempinho sim, mas tem também a Sima, a Giovanni, a Rádio Globo, a Coca-Cola, a Borghi, a TV Globo. Ainda bem que essas ainda existem. Se não achariam que eu estava velha! Viu nem foi tanto tempo assim.



Dudu vc tem quantos anos mesmo? 17. Ai meus Deus, eu já tenho uma sobrinha de 17, uma afilhada de 14. Uma filha de 12? Beatriz quem te autorizou a brincar com o tempo? Quem deixou você crescer tão rápido? Outro dia mesmo, eu estava trocando a sua fralda, preparando a sua sopinha, acompanhando seus primeiros passos e palavras! Tenho certeza que você aprontou alguma coisa!



Mamu e Paty!!! Não foi outro dia que fomos ver Los Muchachos, no Saloon? Acho que foi quinta passada. Não foi? Ah então quer dizer que já tem 07 anos que eu conheci e me apaixonei pelo Serginho Ferreira?



Eu podia jurar que tudo isso aconteceu outro dia. No máximo mês passado.



Foi a exata duração de um piscar de olhos que cheguei aos 43 e aí eu olho pra trás e dá uma alegria danada da vida que eu soube fazer, os amigos querido que fiz (e nem todos estão citados, não é primas e primos queridos: Daniela, Izabela, Roberta, Mônica, Maria Carolina, Rodrigo, Mauro, Mara e Márcia e outros amigos que conquistei na caminhada: Dani Ferrari, Bianca, Beatriz Basto, Antônio Amaro, Maria Alice, Marilene, Keilinha, Marco Antônio, Paty Pieranti, Gaminha, Erika, Bê, Fernandinho, Dri, Sandrinha, Renatinho e tantos outros...) e a minha linda família que é e sempre será meu porto seguro.



São muitas as histórias, as alegrias, as tristezas, as risadas, as confidências, as decepções, as conquistas, as derrotas, as perdas, os ganhos. E ainda tem muito mais por vir.



Não dizem que a vida começa mesmo depois dos 40? Então... sou ainda uma menina com muitos sonhos, um sorriso no rosto e o otimismo debaixo do braço ( ah, e um pouquinho de mau humor e impaciência também).

Obs: tem muito mais gente que faz parte dessa pequena história, mas me aproveitei da licença poética para dar cadência ao texto.

24 de janeiro de 2015

O medo de perder quem amamos...

Assim como a grama do vizinho parece sempre mais verde que a nossa, as coisas ruins não acontecem conosco, apenas com os outros.
Ilusão. Uma hora cai por terra, e quando a gente se dá conta que acontece com a gente tropeça, sente a perna fraquejar, a alma acinzentar.
Uma coisa é nos sensibilizarmos com a tristeza de um amigo, sofrermos com ele por um momento difícil, se por 100% à disposição. Fácil é consolar o outro, falar palavras de apoio, clamar para que não desanime, mas e quando acontece com a gente?
O diagnóstico de uma doença grave, por mais que tenha tratamento e possibilidade de cura faz a gente desabar, faz a gente pensar no pior sim.
É necessário tomar uma dose cavalar de otimismo e esperança e manter o estoque abastecido.
Outro dia li que pai e mãe deveriam ser eternos. Como seria bom se fosse possível, mas se eles não são que pelos menos não sejam levados tão cedo.
De certa forma, os casos em que o tratamento é possível nos permite repensar o caminho trilhado, nos aproximarmos, darmos mais e mais amor, aproveitarmos cada minuto como se fosse o último, darmos valor ao que realmente importa, falarmos mais eu te amo, fazermos mais carinho, termos mais tempo para o fundamental: amar. Somente amar.

Dois anos e meio e nós continuamos lutando, brigando, amando, tratando, rezando.

Jardim Zoológico - Rio de Janeiro (1977)

29 de agosto de 2014

Das coisas que eu sabia


Sábado de manhã, o sol ameaçou aparecer e Ana pulou da cama. Ainda sentada pensou no motivo pelo qual não ficou deitada mais um pouco. Não tinha que sair para trabalhar, não precisava fazer faxina na casa, não tinha marcado nada com ninguém. Por quê? Por quê? Nem ela conseguia encontrar um motivo plausível. Talvez, o nada para fazer pudesse ser um motivo. Ultimamente era o que ela menos tinha: algo para fazer e juntando a isso a total falta de vontade de arranjar o que fazer.

Ela sabia muito bem disso, ma preferia não pensar. Dava menos trabalho, mas ainda que quisesse ignorar o que estava acontecendo uma solução gritava por ela, e urgente.

Ana vivia em conflito, se confrontando.  Uma luta entre o que ela queria esquecer e o que precisa de uma solução. O ditado é sábio: a vida continua, mas parava aí. Onde estava o resto? Cadê o complemento: como continua?

Há dois meses que vivia sem força, sem chão, sem rumo, sem graça, sem saída. Vivia disfarçada de uma felicidade que não tinha. Como andava lhe caindo mal. Era certo que não encenava bem, o papel de mulher madura cujo casamento de 05 anos tinha acabado e estava tudo bem.

Não estava tudo bem.  Além disso, ela não tinha a menor ideia de como fazer tudo ficar bem.

Passou o dia de pijama, chorando, vagando pelos cômodos da casa tentando encontrar uma resposta, mas lá no fundo sabia que não era o momento de respostas, de disfarces, de virar a página. Era o momento de chorar, de lastimar, e, principalmente de vivenciar o luto. Assim seria. Iria até o fundo do poço e depois ressurgir das cinzas como a Fênix.


Sobre a lenda: Ela surgiu no Egito antigo, milhares de anos antes de Cristo, representando a imortalidade e os ciclos da natureza. Segundo o mito, quando sentia que ia morrer, a fênix montava um ninho com incenso e outras ervas aromáticas para ser incinerada pelos raios do Sol. De suas cinzas, nasceria uma nova ave. Assim que se sentia forte, a nova fênix embalava as cinzas de onde surgiu em um ovo de mirra e o transportava para o templo do deus Rá, na cidade de Heliópolis.

19 de agosto de 2014

De amor e de outras coisas

Naquele tempo, as horas pareciam não ter pressa e a vida seguia lentamente. Tudo era vivido com a intensidade e medida necessária.
Eduarda estava sentada no degrau da escada e parecia estar no mundo da lua. Olhar perdido e pensamento vagando sabe lá por onde.
Dona Luzia assistia a cena debruçada na janela da casa em frente e tinha um sorriso no rosto. Conhecia Eduarda desde pequena. Quantas vezes, a menina ficara em sua casa enquanto sua mãe saia para resolver alguma coisa no Centro... Tinha perdido as contas.
Conhecia bem a menina e bem sabia o motivo daquele olhar perdido. Eduarda ontem era uma menininha e hoje, era uma moça feita. Tinha completado 17 anos no mês passado. Pai e mãe fizeram uma festa. Festa simples. Um bolinho, brigadeiros e refrigerante para que a data não passasse em branco. A menina pode convidar alguns amigos e entre eles estava Luiz.
Foi no dia da festa que Luiz tomou coragem e na frente de todos pediu Eduarda em namoro, ao pai. O pai já tinha ouvido a mulher contar a história: o menino estava caído de amores pela menina. Era menino direito e respeitador. Estava estudando contabilidade e era certo que logo estaria à frente da mercearia de seu pai. O pai concordou com o namoro, mas com ressalva. O casal podia namorar, mas somente à noite e na casa da menina. O namoro tinha hora para começar e para acabar. Era de 19h30 as 21h00 nem um minuto a mais, nem um minuto a menos e no final de semana podiam se encontrar à tarde.
Um mês depois, o namoro ia de vento em popa e era esse o motivo de a menina estar daquele jeito. Logo Luiz chegaria e a menina estava ali esperando e enquanto esperava ficava perdida entre as lembranças do doce beijo e do entrelaçado das mãos. Podia jurar juradinho que nunca tinha experimentado tamanha felicidade.
Dona Luiza que a tudo assistia já conhecia essa história. Era bater o olho e saber se aquele namoro vingava ou não. Uns diziam até que era bruxa e ela ria do povo. Era bruxa nada, apenas sabia o que era à força de um verdadeiro e duradouro amor.

8 de fevereiro de 2014

Mais amor, por favor


As coisas não andavam nada fáceis para eles. O marido havia perdido o emprego há três meses e ainda não havia conseguido uma recolocação.

 Tinha recebido uma boa indenização, mas como não tinham ideia de quanto tempo levaria para conseguir um novo emprego viviam com o dinheiro contado. Infelizmente tiveram que cortar o judô dos meninos. Conseguiram manter apenas a natação.

Para melhorar a situação, a TV do quarto dos meninos tinha pifado e o fogão teimava em aparentar os longos 15 anos.

Embora, ela trabalhasse, o salário era o suficiente para arcar com as despesas da casa e apenas isso. Não sobrava um centavo sequer para consertar o que era necessário. Lazer nem pensar. E quando todos iam dormir, ela se sentava no sofá e com as contas na mão decidia o que deveria ser pago imediatamente e o que poderia deixar um pouco mais pra frente.

Nessas horas senti o peso do mundo em suas costas e ficava um pouco desanimada, mas era apenas ver sua família reunida, os filhos brincando alegremente, o marido em frente ao computador buscando uma música que gostava ou todos reunidos a mesa nos almoços de domingo que todo o cansaço desaparecia.

Ela olhava feliz para todos e pensava: - nós estamos sem dinheiro, mas temos o mais importante: AMOR.

Aquela casa definitivamente tinha amor para dar e vender!



7 de fevereiro de 2014

Juntando letrinhas



Essa coisa de juntar letrinhas é danado de bom.

Assim como quem não quer nada, hoje, uma pessoa estava me contando uma história e logo imaginei um microconto.

01 ano e meio depois me arrisco:

Foi mais ou menos assim: eles namoraram por um pouco mais de seis anos, ela engravidou, eles tiveram uma linda menina e um ano depois eles a deixou para ficar com outra.

Nossa como sofreu. Ela tinha certeza que era amor daqueles para a vida inteira. Amor daqueles que se fica velhinho juntos. Coisas de primeiro amor, mas a vida esperta que é foi logo mostrando que nem sempre é assim e que muitas vezes é possível ser feliz de novo.

Só sei que foi assim:logo já estava ela morrendo de amor por outro.

6 de abril de 2012

Amar é...


                                                                500px.com/photos?page=5

          Amar é como soltar as amarras e partir com as velas desfraldadas rumo a águas desconhecidas